Outras religiões e práticas politeístas foram banidas durante o império
No século 3, o mitraísmo era o principal concorrente do cristianismo em Roma. Havia pelo menos 40 templos na cidade e outras dezenas ao longo do império.
A religião só não vingou porque foi banida em 380, com o Edito de Tessalônica, do imperador Teodósiom junto com todas as outras práticas politeístas. A fé cristã passou a ser a oficial do império. Sem isso, o cristianismo até emplacaria, mas seria bem menor do que é hoje. Afinal, passaria um bom tempo na clandestinidade.
Grande, mesmo, seria o mitraísmo. O carimbo de Roma lhe garantiria poder político e militar. Seria a apoteose de Mitra, cuja carreira entre os deuses remonta a quase 4 mil anos. Começou sendo protetor das tribos da Pérsia e se popularizou na Índia e na Babilônia, onde foi associado a Shamash, o deus Sol.
Por volta de 1000 a.C., o profeta Zaratustra (ou Zoroastro) reformulou o panteão persa e transformou Mitra num guerreiro que ajudava as forças do bem contra o mal.
O mitraísmo só despontou como religião independente no século 3 a.C. e foi levado a Roma no ano 67 por legionários. O culto logo se espalhou entre os militares, políticos e escravos, encantados com a bravura de Mitra. Eles o identificavam com o deus Invictus, o “Sol Invencível”. E acreditavam piamente em sua mensagem de salvação. O mundo seria bem diferente.
Para começo de conversa, se Roma não virasse cristã o Vaticano não existiria, pois a Igreja ganhou as terras de Roma. E Johann Sebastian Bach, sem apoio do papado, nunca teria se tornado um dos maiores compositores da história.
Além disso, o 25 de dezembro marcava o Festival do Sol Invencível em Roma. Mitra foi incorporado ao ritual no século 3 – e seu nascimento passou a ser festejado na mesma data. Com a adoção do cristianismo, a Igreja adaptou a simbologia à história de Jesus. Não fosse isso, hoje o Natal seria em homenagem a Mitra.
O islamismo, que estaria presente na península ibérica na época na descoberta do Brasil, seria uma religião mais popular e menos dogmática – sem as Cruzadas e a expulsão da Europa. O judaísmo seria mais popular: não enfrentaria a Inquisição católica nem as conversões forçadas da Idade Média, comuns em Portugal.
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