Computadores datam dos anos 1940. Tudo era mais difícil sem eles.
Até 1944, quando o primeiro computador digital programável, Colossus Mark 1, foi criado na Inglaterra, "computador" era uma profissão, alguém que fazia contas. Andares inteiros eram ocupados por técnicos diligentemente fazendo contas e gráficos - em velocidade humana, o que quer dizer que certos trabalhos podiam levar dias.
Nos bancos, "caderneta de poupança" tinha um sentido literal. Quando alguém abria uma poupança - ou qualquer conta -, recebia uma caderneta, isto é, um caderninho. Saques e depósitos, feitos só na própria agência, eram anotados na caderneta, que tinha as funções de cartão e extrato.
Mas, entre fazer as contas no papel e o computador moderno, houve a era das máquinas. Máquinas de calcular, de escrever, de cartões perfurados. A máquina de escrever teve seu primeiro modelo comercial em 1870. Blaise Pascal inventou a calculadora mecânica em 1642, mas só em 1892 surgiu um modelo comercialmente viável. Usados primeiro em teares industriais, os cartões perfurados foram modificados em 1889, por Herman Hollerith, para codificar informações, e usados no censo americano de 1890 - vem daí o nome que se dá ao contracheque de pagamento.
Durante o século 20, cartões perfurados eram onipresentes nos escritórios: havia máquinas de perfurar, ler, imprimir e organizar os cartões. Os "bancos de dados" ocupavam galpões imensos, com milhões de cartões empilhados. "Os cartões rasgavam, molhavam ou furavam no lugar errado", diz José Carlos Valle, curador do Museu do Computador.