Muito antes do advento do jornal, rádio, televisão e internet, havia notícias
Por volta de 3500 a.C., os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme para gravar, em placas de argila, dados sobre a administração e as transações comerciais do governo.
Mas era mais como um recibo do que um jornal, anotando números e produtos. Na Grécia antiga, as notícias eram transmitidas à moda antiga: debatidas em plena rua, nas
ágoras, grandes praças onde eram realizadas assembleias populares.
Assim, toda a população – incluindo a porcentagem analfabeta – sabia o que estava acontecendo. Foi em 59 a.C., em Roma, que surgiu a precursora da imprensa moderna.
Criada por ordem do então general Júlio César, a Acta Diurna Populi Romani (“Relatos Diários ao Povo de Roma”) era exposta em grandes placas de pedra ou metal, e fixada nos muros das principais praças e prédios públicos.
Dessa forma, a população de todo o império podia ler de graça sobre feitos militares, esportes, ciência, mortes e julgamentos. A Acta Diurna não era nada imparcial: como publicação oficial, não noticiava casos negativos, as derrotas do Exército romano ou escândalos envolvendo pessoas públicas.
Séculos depois, na Idade Média, sem um governo central e com a maioria da população analfabeta, a carta se tornou o meio de comunicação mais utilizado entre os nobres – principalmente governantes, banqueiros e comerciantes, que não só escreviam sobre questões pessoais como também relatavam os acontecimentos da região onde moravam.
O historiador Martin Conboy, em Journalism: A Critical History (“Jornalismo: Uma História Crítica”), relata: “Enquanto as elites eram capazes de se comunicar por meio de cartas, manuscritos, tratados e proclamações, a maioria da comunicação era oral”.
Isso fazia com que grande parte das informações que chegavam às classes mais baixas fossem fake news, rodeadas de boatos e fofocas. O início da Idade Moderna foi
marcado por uma revolução. A prensa de tipos móveis, criada em 1455 por Johannes Gutenberg, possibilitou a produção em larga escala de livros e folhetos.
As notícias passaram a chegar mais rapidamente e para mais pessoas, o que expandiu o debate de ideias e o interesse na vida política.
No século 15, surgiram as primeiras folhas de divulgação de notícias fabricadas em prensa móvel. Em Veneza, elas eram vendidas pelo baixo valor de uma gazeta, a moeda local – daí vem o nome de vários periódicos – assim como “correio” e “carta”, remetendo a tradições ainda mais antigas.
Ao mesmo tempo, começou a surgir uma demanda por notícias segmentadas. O comércio, por exemplo, ganhou folhas de divulgação com informações sobre economia.
Os primeiros jornais em grande formato começaram a aparecer na primeira metade do século 17: em 1609, surgiu o alemão Avisa Relation oder Zeitung, e, em 1631, o francês La Gazette. Já o primeiro jornal brasileiro foi criado em junho de 1808 – era o Correio Braziliense, impresso em Londres e enviado de navio para cá.