No final da década de 1990, uma pesquisa forjada pelo especialista colocou um ponto de interrogação sobre os efeitos colaterais que os imunizantes podem causar
Quando as vacinas foram criadas? Como elas funcionam? Se elas são tão benéficas assim, por que algumas delas podem desenvolver comportamentos autista em crianças? Quando isso surgiu?
Essas são algumas perguntas que foram levantadas por milhares de pessoas quando Andrew Wakefield alegou em um estudo que as vacinas poderiam causar autismo em algumas crianças.
A vacina surgiu em um importante momento da história: no combate contra a varíola. Em 1789, o surto da doença vitimava cada vez mais pessoas, foi quando o cientista Edward Jenner notou que mulheres que trabalhavam ordenhando vacas desenvolviam sintomas mais brandos da enfermidade. Coletando amostras do vírus dessas trabalhadoras, Jenner infectou um garoto saudável de 8 anos e viu que a criança desenvolveu sinais mais brandos da varíola, que logo foram combatidos e ele ficou imune ao vírus.
O experimento foi testado em outros garotos, inclusive em seu filho. Assim, ele concluiu que quem era exposto a uma versão mais leve da doença podia desenvolver imunidade a ela. A enfermidade matou entre 300 e 500 milhões de pessoas só no século 20 — em 1967, por exemplo, ainda ocorriam mais de 15 milhões de casos por anos — o que a tornou uma das maiores epidemias que a humanidade já vivenciou.
Uma pesquisa hipotética, publicada na conceituado The Lancet Journal, colocou um ponto de interrogação sobre os verdadeiros efeitos colaterais que as vacinas poderiam ocasionar. No dia 26 de fevereiro de 1998, o então médico Andrew Wakefield alegou um vínculo casual entre a vacina MMR (que protege contra o sarampo, rubéola e a caxumba) e o desenvolvimento de comportamento autista em algumas crianças.
Andrew argumentou que 12 crianças apresentaram traços da patologia após se vacinarem. Mais tarde foi descoberto que entre elas, três não possuíam o transtorno; cinco já eram diagnosticadas antes mesmo de serem vacinadas e que a maioria não apresentava nenhum sinal de inflamação intestinal responsável pelo autismo.
Com esses indícios, o jornalista Brian Deer descobriu que Wakefield forjou os resultados da pesquisa, pois tentava patentear uma nova vacina contra o sarampo e, por consequência, lucraria milhões com o remédio que substituiria a tríplice viral.
Em 2004, o Instituto de Medicina dos EUA concluiu que não haviam provas da alegação feita por Andrew, que foi expulso e proibido de exercer a função médica após ser condenado por irresponsabilidade e má fé com a humanidade para bem próprio.
A ciência nunca achou nenhuma evidência ou indício de que a vacina tríplice viral estivesse ligada ao autismo. Esse boato ligando as vacinas com a patologia voltou a tona em 2009 com o surto de H1N1 e muitos ainda acreditam e continuam espalhando essa inverdade.
Vale lembrar que o autismo é um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social e, em grande parte, é herdado geneticamente. A manifestação dos sintomas ocorre antes dos três anos de idade e, apesar de não haver uma cura, um diagnóstico e um tratamento podem diminuir seus impactos.
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