De estátuas medievais a esculturas na Ilha de Páscoa: nenhum monumento está a salvo de visitantes atrapalhados — e desrespeitosos
Obras de arte, monumentos e estátuas são relíquias históricas que atraem a atenção de muitas pessoas. Sendo um pedaço do passado, esses artefatos sempre atraem milhares de turistas para visitar exposições em diferentes países.
Entretanto, uma visita a uma memória de nossos ancestrais e ao legado de artistas relevantes de séculos atrás, pode facilmente se transformar em um episódio de constrangimento — ou destruição.
Confira cinco vezes que obras históricas foram comprometidas pela ação de turistas.
Em 31 de agosto deste ano, a escultura neoclássica do artista italiano Antonio Canova foi alvo de um turista que tentava tirar uma foto no Museu Gipsoteca em Possagno, na Itália. A estátua de Paolina Bonaparte perdeu três dedos do pé no episódio bizarro.
Criada no século 19, a obra foi alocada em uma espécie de banco para a exposição, até que um home austríaco subiu na plataforma para conseguir fotografar tanto a si próprio quanto a arte de Canova; foi quando o desastre aconteceu.
Em março de 2020, um turista colidiu com sua caminhonete em uma das esculturas localizadas na Ilha de Páscoa, que foram criadas entre os séculos 13 e 16, pelos habitantes locais. A situação causou um dano irreparável, falou na época o prefeito Pedro Edmunds Paoa.
São mais de mil Moais — como são chamadas tais esculturas — presente na Ilha. Vistos como um patrimônio histórico, o que causou ainda mais revolta em moradores da região, que demandaram que alguma providência fosse tomada. Paoa, então, reforçou as leis de tráfego em estradas próximas aos monumentos.
Não só turistas internacionais então envolvidos em danificações de relíquias históricas. Em 2016, um homem brasileiro derrubou e quebrou uma estátua de autor desconhecido do Arcanjo Sâo Miguel. A obra estava em exposição no Museu de Arte Antiga de Lisboa, em Portugal.
Apesar de a situação ter sido chocante, o diretor-adjunto do museu, José Alberto Carvalho, afirmou na época que os danos eram reparáveis. A instituição entendeu que o brasileiro cometeu um acidente e nenhuma ação foi tomada na Justiça. No momento trágico, a estátua teve as asas, uma parte do manto e um dos braços destruídos.
No ano de 2017, um acidente bizarro aconteceu no Museu do Priorado de Prittlewell, em Southend, Inglaterra. Uma família fazia uma visita comum ao local quando decidiu que seria uma boa ideia tirar uma foto, no mínimo, curiosa.
Uma mulher então colocou seu filho dentro de um caixão de pedra que pertenceu a um monge da era das cruzadas. O artefato se rachou e precisou ser encaminhado para especialistas trabalharem em uma minuciosa recuperação. O caixão havia sido encontrado em 1921 com os restos de um dos primeiros monges que viveram no mosteiro que funcionou na região até 1536.
No Museu da Catedral de Florença, em 2013, um turista americano quebrou o dedo da mão de uma estátua de Giovanni d'Ambrogio, relevante escultor dos séculos 14 e 15. A obra em questão representava a Virgem Maria.
Um guarda do museu revelou que testemunhou o momento da tragédia. O turista tentava medir o tamanho da mão do artefato, quando um dedo se soltou. Com uma ação rápida, o funcionário impediu que o objeto de mármore caísse no chão; assim, especialistas conseguiram restaurar a parte quebrada em pouco tempo.
Apesar de reconhecer que foi um acidente, o diretor do museu, Timothy Verdon, relembrou em comunicado público: ‘em um mundo globalizado como o nosso, parece que se esqueceu uma regra fundamental para visitar museus: não toque nas obras!”.