Baseado na peça criada por Ariano Suassuna em meados de 1955, o longa estreou em 15 de setembro de 2000
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 23/07/2021, às 14h44 - Atualizado em 10/12/2021, às 11h00
Em 23 de julho de 2014, a cultura brasileira e o sertão perdiam seu cavaleiro. Vítima de uma parada cardíaca, Ariano Suassuna deixava os brasileiros órfãos de suas histórias com um quê teatral e humor ácido, aos 87 anos.
Sob a influência da cultura nordestina, o escritor plantou sementes da valorização do folclore e costumes regionais que foram colhidas através de adaptações de seus textos para as telinhas e telonas.
Uma delas, talvez a mais conhecida, é ‘O Auto da Compadecida’, que é apresentada em 5 curiosidades separadas pela redação da AH. Confira!
Embora a trama da dupla João Grilo e Chicó, interpretados respectivamente por Matheus Nachtergaele e Selton Mello, tenha ficado mais famosa com o longa-metragem de 2000, o livro de Ariano Suassuna foi adaptado pela primeira vez para uma minissérie, em 1999.
A produção de quatro capítulos foi baseada na peça homônima do autor, e cada um deles demorou nove dias de gravações, como relembrou o GShow. O filme foi adaptado da minissérie, que levou 37 dias para ser gravada no Rio de Janeiro e Paraíba.
Com direção de Guel Arraes, o roteiro do filme foi dividido por ele com Adriana e João Falcão. O último, inclusive, passou quatro dias em Recife apenas para desenvolver a trilha sonora original da produção de 1999.
Junto a músicos pernambucanos, João compôs músicas especialmente para a minissérie. Para que tudo ficasse perfeito e fizesse sentido, os artistas fizeram suas próprias interpretações de cenas e das características únicas de cada personagem.
Como já dissemos, as gravações demoraram cerca de 37 dias para terminarem. Ao longo desse tempo, a cidade de Cabeceiras, no sertão da Paraíba, foi um dos sets de filmagem, e teve que ser adaptada para que pudesse cumprir tal função.
Para receber a equipe de filmagens no município, inúmeros ajustes foram feitos — a principal igreja da cidade foi até mesmo pintada. Outras mudanças estavam relacionadas às adequações nas fachadas das casas, troca de postes e o disfarce de cabos telefônicos nas ruas.
O time de câmeras, produção e elenco teve que arrumar uma acomodação para que pudesse ficar tanto tempo na cidade, que não contava com estrutura para abrigar tanta gente de uma vez só.
Duas fazendas, 12 casas e todos os quartos de um hotel que ficava a 20 km do local de gravações foram necessários para alojar uma equipe de 65 pessoas, além dos atores. O esquema foi gigantesco e complexo, mas, felizmente, funcionou.
As roupas usadas pelos personagens, principalmente os cangaceiros, deveria ter todas as características conhecidas tipicamente por todo o país. Mas os figurinos foram mais difíceis de se usar que o esperado.
O ator Marco Nanini teve que carregar oito quilos todos os dias para interpretar o cangaceiro Severino em sua roupa distintiva, além da peruca, olho de vidro e látex no rosto. Outro artista que praticamente se “fantasiou” para o set de filmagem foi Matheus Nachtergaele, o João Grilo, que passou a usar uma prótese amarelada e irregular.