Museu reacende a polêmica sobre a força da religião na educação americana
Esqueça tudo o que os cientistas contaram sobre os bilhões de anos de formação da Terra. Ou sobre o fato de que dinossauros e seres humanos nunca conviveram, porque entre a extinção deles e o surgimento da nossa espécie houve um intervalo de milhões de anos. O novo Museu da Criação, em Petersburg, no Kentucky, Estados Unidos, traz uma versão alternativa da evolução. Na verdade, trata-se de um investimento de 26 milhões de dólares feito com doações privadas para provar a tese dos criacionistas, movimento americano que defende que a Bíblia não é uma alegoria da criação – e sim uma descrição literal dela.
Quem visitar o museu vai deparar, por exemplo, com painéis onde homens e dinossauros dividem o mesmo espaço (para os criacionistas, as espécies foram criadas simultaneamente e a Terra tem só 6 mil anos). Numa apresentação sobre o dilúvio, as cadeiras tremem e sprays borrifam água nos visitantes. Um planetário projeta o momento em que Deus teria criado o Universo.
Resta aos pesquisadores aguardar para saber se a nova atração corre o risco de ser levada a sério como um museu de história natural. Ou se será vista apenas como uma espécie de templo para assuntos religiosos.