Museu é inaugurado em Atenas, mas briga com Inglaterra por seu acervo
A partir deste ano, quem for à Grécia poderá ver o Parthenon de camarote. A cidade de Atenas inaugura o Novo Museu da Acrópole, uma sofisticada estrutura de vidro com vista para seu templo mais famoso. O edifício em formato de trapézio, que custou 129 milhões de euros e levou seis anos para ser construído, abrigará as esculturas de mármore mais valiosas do mundo, datadas do século 8 a.C. até o século 5 a.C. O novo espaço substitui o Museu da Acrópole, construído no monte homônimo entre 1865 e 1874.
Símbolo da civilização grega antiga, com templos como o de Atena, o Parthenon e o Erecteion, a Acrópole é um dos lugares mais visitados do mundo. Por isso, mais que um chamariz para turistas, o novo museu é um libelo político. Dois séculos depois de ver seu patrimônio histórico dilapidado, a Grécia deseja reaver seus tesouros. O maior desafio é repatriar as esculturas do friso do Parthenon. Em 1799, dois terços delas foram removidas do local de origem pelo diplomata Thomas Bruce, o lorde Elgin, e vendidas para o Museu Britânico, em Londres.
Desde meados do século 20, o governo grego pede a devolução dos mármores. Mas o Museu Britânico se recusa, dizendo que Atenas não tem um lugar adequado para abrigá-los. O museu high-tech, de 2500 metros quadrados, é uma resposta a isso. As placas esculpidas remanescentes no templo, como a que retrata Poseidon, Apolo e Ártemis, serão transportadas para o quarto piso do museu e montadas lado a lado. Serão deixados lugares livres para as que estão faltando, na tentativa de pressionar os ingleses a enviá-las de volta.
O transporte do acervo de 4 mil peças para o novo prédio, a 300 metros, começou em outubro e levaria, ao todo, dez meses. Veja algumas das peças do acervo e outras pelas quais o museu ainda briga.
O que vai para o museu
Atena Pensativa (460 a.C.)
Cabeça de Alexandre (330 a.C.)
Moscophoros (570 a.C.)
O que o museu quer
Íris do pedimento do Parthenon (438-432 a.C.)
Cavalos e cavaleiros do friso (438-432 a.C.)
Dionísio do pedimento (438-432 a.C.)