Sua coleção de arte é comparável à do Louvre, embora ele seja bem menos famoso
Apesar de não ser tão conhecido internacionalmente, o Museu Estatal Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia, tem lugar garantido na lista dos maiores museus do mundo. Sua coleção de arte é comparável às de museus mais famosos, como o francês Louvre ou o Museu Britânico.
Iniciado pela imperatriz Catarina, a Grande, no século 18, o acervo foi bastante ampliado com o confisco de coleções privadas durante o regime comunista da União Soviética. Além disso, após a Segunda Guerra, várias pinturas e esculturas saqueadas dos nazistas alemães ajudaram a engordar ainda mais a coleção. Hoje, os 3 milhões de obras sob sua responsabilidade abrangem todos os períodos, desde a Pré-história até o século 20.
Por ocupar, entre outros cinco edifícios, o Palácio de Inverno, antiga residência dos czares e sede do governo provisório instituído após a revolução comunista de 1917, a enorme importância histórica do museu não está apenas nas obras, mas também no edifício que as abriga. Na Segunda Guerra, devido à ameaça da invasão nazista ao país, mais de 1 milhão de objetos do Hermitage foram transportados para Sverdlovsk (hoje Ecaterimburgo), nos montes Urais. As peças foram levadas de volta logo após o fim do conflito.
1. Relógio-pavão
Criada pelo relojoeiro inglês James Cox, esta peça é uma espécie de relógio-cuco elevado à categoria da realeza. Adquirido em 1781 por Catarina, a Grande, tem, além de um pavão, um galo e uma coruja mecânicos, que se movem.
2. cópia de Rafael
Encomendada também por Catarina ao arquiteto italiano Giácomo Quarenghi, a obra reproduz a loggia (galeria) de Rafael no Vaticano, na Itália. Uma equipe de artistas trabalhou nove anos copiando sobre tela os afrescos do famoso pintor italiano.
3. originais
O Hermitage tem 30 salas dedicadas à pintura italiana dos séculos 13 a 19. Duas das pouco mais de dez obras originais de Leonardo da Vinci de que se tem notícia estão lá, junto com quadros de outros mestres, como Tiziano e Michelângelo. De Rafael há duas telas. Esta, Madonna Conestabile, foi concluída em 1503, quando o artista tinha apenas 20 anos.
4. Tatuagem pré-histórica
Não é só de obra de arte que o acervo é feito. Nas salas dedicadas ao período pré-histórico, o visitante observa objetos inusitados como esta pele humana tatuada, com cerca 2500 anos de idade. Ela foi encontrada na escavação de um cemitério de uma tribo nômade da Sibéria.
5. Mitologia restaurada
Entre as telas de Rembrandt do museu há esta representação da personagem mitológica grega Dânae, danificada por um vândalo em 1985 – o processo de restauro levou 12 anos. O quadro era um dos favoritos do pintor, que o vendeu quando foi à falência, em 1656.
6. Do país das touradas
O Hermitage abriga a maior coleção de arte espanhola fora da Espanha. Entre as relíquias está esta representação de São Pedro e São Paulo, pintada por El Greco entre 1587 e 1592, Los Santos Pedro y Pablo.
7. Toneladas de vaso
O vaso de jaspe (um tipo de pedra ornamental) de 2,57 metros de altura e 19 toneladas foi levado em 1853 das montanhas de Altai, no sul da Sibéria. Devido a seu tamanho, a peça teve de ser colocada no atual lugar de exposição antes mesmo de a galeria que a abriga ser construída ao seu redor.
8. Arte pilhada
Telas de Renoir, Van Gogh e Monet, entre outros grandes nomes, estão expostas em salas especiais. As obras foram pilhadas na Alemanha como troféus após o triunfo soviético na Segunda Guerra (algumas delas haviam sido roubadas pelos nazistas em outras partes da Europa). Devido à origem controversa das pinturas, o site do museu não faz menção à sua existência e o visitante está proibido de fotografá-las.
9. Matisse
Na área dedicada à arte moderna, o Hermitage possui um raro acervo de obras de Pablo Picasso e Henri Matisse, adquiridas principalmente por dois milionários de Moscou no início do século 20 e, posteriormente, confiscadas pelos comunistas. A Dança, uma das telas mais famosas de Matisse, foi encomenda de um desses mecenas, Serguei Shchukin, que o artista visitou várias vezes na Rússia.
10. Sala das promessas
Principal sala de trono do Palácio de Inverno, foi nela que o imperador Alexandre I jurou que não faria um acordo de paz com Napoleão enquanto os franceses não saíssem com suas tropas da Rússia, em 1812. Pouco mais de um século depois, em 1914, Nicolau II prometeria ali também vencer a Alemanha na Primeira Guerra.