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Museu da Grande Guerra

Museu da Grande Guerra

Rita Loiola Publicado em 02/06/2009, às 06h25 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

O vilarejo de Péronne, no norte da França, tem mais lápides que habitantes. Os 8 mil moradores vivem cercados por cemitérios, monumentos e trincheiras antigas. Foi naquela região, entre julho e novembro de 1916, que aconteceu a batalha do Somme, a mais sangrenta da Primeira Guerra Mundial. No terreno onde mais de 1 milhão de soldados morreram, só crescem flores chamadas coquelicot. Espalhadas pelas ruas, elas formam uma trilha que conduz ao Museu da Grande Guerra. Desde 1992, o espaço de 4 mil metros quadrados exibe 50 mil objetos que registram a história do conflito. Além de observar os artefatos, os visitantes ainda podem andar pelos antigos campos de batalha.

Site oficial: www.historial.org/

COTIDIANO DE GUERRA

Nas salas de exposição, os objetos civis são separados dos militares. Ao centro, ficam uniformes, armas e mapas. Já as paredes exibem materiais do cotidiano da guerra na Europa, como vídeos, brinquedos ou este cartaz do governo britânico. Datado de 1914, o primeiro ano da guerra, ele convoca voluntários para a luta.

BOMBA DE PESO

A batalha do Somme começou com explosões simultâneas às 7h30 de 1º de julho de 1916. A maior cratera, aberta por uma bomba britânica no front alemão, tem 300 metros de diâmetro e 22 metros de profundidade e é chamada de La Grand Mine (A Grande Mina). Cientes da ofensiva, os alemães escaparam. Os maiores prejudicados foram os britânicos, que estavam muito próximos do alvo.

INOVAÇÕES NA ARTILHARIA

O conflito é considerado o mais mortífero e inútil de toda a Primeira Guerra. A vitória aliada custou 1 milhão de vidas e garantiu a conquista de apenas 12 quilômetros de front. Mas o local serviu para o uso de novos armamentos de artilharia. O museu expõe algumas bombas, canhões e metralhadoras que, na época, eram inovações militares.

FILME EXCLUSIVO

“Eu matei como alguém que quer viver. A partir de depoimentos como esse, ex-combatentes recontam a batalha em um filme de 30 minutos. Chamada En Somme (“No Somme”), a obra foi produzida por pesquisadores para ser apresentada exclusivamente no museu.

CAMPO MINADO

Durante a guerra, mil balas e bombas eram lançadas por hora. Ainda hoje, de 60 a 80 toneladas de fragmentos de artilharia são encontrados por ano na região do Somme. Na época de chuvas fortes, o número aumenta, e faz dos pastos um verdadeiro campo minado. Os pedaços mais bem conservados são exibidos.

LABIRINTO


Em 1916, os buracos escavados pelos soldados transformaram uma região agrícola em um labirinto. Muitos homens morreram por causa de doenças provocadas pelas más condições de higiene. Das trincheiras que foram mantidas, as mais bem conservadas estão na região de Beaumont-Hamel.

ARTE IN LOCO


O pintor expressionista Otto Dix (1891-1969) fez parte do Exército alemão no Somme. Durante o conflito, retratou o dia-a-dia dos campos de guerra em seu caderno pessoal. No museu, uma sala é dedicada às 50 imagens que ele desenhou no período.Elas mesclam cenas de combate e de descontração dos militares.

HOMENAGEM A 72 MIL MORTOS

No circuito dos campos de batalha, o Memorial de Thiepval é o mais impressionante monumento aos mortos. Foi ali que as forças britânicas perderam quase 58 mil combatentes apenas no primeiro dia de luta na região. Nos 16 pilares da construção, cada um com 45 metros de altura, estão gravados os nomes de 72 mil soldados britânicos e sul-africanos.

DESPREPARO GERAL

Trincheiras simuladas, construídas nos centros das salas, mostram a evolução das roupas dos militares britânicos, franceses e alemães. O começo da guerra é marcado pelo despreparo. O primeiro uniforme francês, por exemplo, era o mesmo das batalhas napoleônicas. A calça vermelha transformava os soldados em alvos fáceis.

MAR DE CRUZES

Existem 410 cemitérios militares na região. Cada um é propriedade do país dos combatentes e a nacionalidade é reconhecida pela lápide: cruz branca para franceses, cruz negra para alemães e pedra branca para ingleses. Em um dos cemitérios alemães está o corpo do aviador Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho (1892-1918).