História do Líbano é marcada pela cobiça dos vizinhos
Pequeno, dividido e cobiçado. Esse é o retrato do Líbano, pedaço de terra no leste do Mediterrâneo por onde já passaram egípcios, gregos, romanos, turcos e franceses – e que voltou ao noticiário recentemente por conta de um conflito com Israel. Aliás, discórdias fazem parte da história do país, que muito antes de se tornar uma nação foi berço da civilização fenícia.
Com apenas 10400 km2, pouco maior que o dobro do Distrito Federal, o Líbano tem seu contorno atual devido a uma decisão da França. Depois da Primeira Guerra Mundial, o país europeu tomou posse da Grande Síria, que pertencia ao Império Turco-Otomano. Em 1920, Paris dividiu-a em dois: de um lado, Beirute, Sidon, Trípoli e o Monte Líbano; do outro, o que passou a ser chamado de Síria.
Seus menos de 4 milhões de habitantes se dividem em um verdadeiro mosaico. São cristãos maronitas, ortodoxos gregos e armênios, muçulmanos xiitas, sunitas e drusos – além de palestinos refugiados. Essa tensa divisão provocou duas guerras civis só no século 20.
Na mais sangrenta delas, que teve início em 1975, facções cristãs e muçulmanas destruíram o que era conhecido como a Suíça do Oriente Médio, um sólido centro financeiro. Durante os longos 15 anos de guerra, os países vizinhos aproveitaram para invadir o Líbano. No início da conflagração, o presidente libanês pediu intervenção da Síria – e as tropas sírias saíram do Líbano apenas em abril deste ano. Em 1978, foi a vez de Israel. Uma nova incursão ocorreu em 1982. A intenção era, segundo o invasor, eliminar alvos palestinos. A permanência israelense se estendeu até 2000. Em 2006, uma nova invasão: Israel voltou ao Líbano acusando membros da milícia – e partido político – Hezbollah de seqüestrar dois soldados e de lançar mísseis em seu território. Os libaneses desconfiam que a água de seus rios, escassa em Israel, seja o principal interesse do vizinho.
Por dentro do Líbano
Nome oficial: República Libanesa
Área: 10400 km2
Capital: Beirute
População: 3,6 milhões
Idiomas: árabe (oficial), francês, curdo e armênio
Sistema de governo: república parlamentarista
Presidente: Émile Lahoud
Primeiro-ministro: Fouad Siniora