Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História

Lazer aos domingos

Foi só no século 19 que todos os trabalhadores ganharam direito ao ócio

Bruno Vieira Feijó Publicado em 01/07/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Desde que existe civilização, a humanidade valoriza os feriados e dias de festas, dedicados a teatros, jogos, banquetes e carnavais. Mas o conceito de que todas as pessoas têm o direito de dedicar parte da semana ao lazer só surgiu na Grã-Bretanha, em meados do século 19. “Foi uma resposta à Revolução Industrial, quando a maioria dos trabalhadores se tornou assalariada e passou a enfrentar jornadas de trabalho de 18 horas ou mais”, afirma Christianne Luce Gomes, professora de mestrado em Lazer da Universidade Federal de Minas Gerais.

Antes disso, não existia a separação entre o tempo ocupado com o trabalho e as horas dedicadas ao lazer (palavra que vem do latim licere, que significa “ser livre”). Na Antiguidade, a contemplação do ócio e da arte era restrita às classes privilegiadas. Durante a Idade Média, uma minoria se dedicava às artes, à literatura, à ciência e à política, mas a grande massa de camponeses pegava no batente, no mínimo, seis dias da semana, e dormia para valer no pouco tempo livre que sobrava. O máximo de diversão a que os mais pobres tinham direito eram as festas religiosas e as comemorações de vitórias militares. A outra forma de ganhar folgas era quando epidemias, inundações, secas ou guerras acabavam com as colheitas. Mas aí sempre havia o risco de passar fome.

Essa situação começou a mudar no século 19 e se consolidou depois da Segunda Guerra Mundial. Foi quando o direito ao lazer foi documentado no artigo 24 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Organização das Nações Unidas em 1948. Naquela época, muitos pensadores começaram a prever uma “revolução do ócio”, quando o avanço da tecnologia permitiria que cada vez mais horas livres pudessem ser dadas aos trabalhadores. No fim das contas, o fim de semana não ficou mais longo, mas a indústria do entretenimento cresceu e aumentou o leque de alternativas para curtir o tempo de lazer.