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Notícias / Estados Unidos

Restos mortais de atentado contra grupo negro, em 1985, são encontrados em museu

Há quase 40 anos, polícia bombardeou a sede de um grupo de libertação negra na Filadélfia; deixando cinco crianças e seis adultos mortos

Redação Publicado em 15/11/2024, às 12h00

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Membros do MOVE protestando após atentado - Getty Images
Membros do MOVE protestando após atentado - Getty Images

Mais restos mortais de um atentado policial de 1985 contra a sede de um grupo de libertação negra na Filadélfia, nos Estados Unidos, chamado MOVE, foram encontrados na Universidade da Pensilvânia.

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Acredita-se que os restos pertençam a Delisha Africa, de 12 anos, uma das cinco crianças — além de seis adultos — que morreram quando a polícia bombardeou a sede da organização MOVE, causando um incêndio que se espalhou por dezenas de casas.

A descoberta ocorreu durante um inventário abrangente realizado pelo Museu Penn, com o objetivo de preparar milhares de artefatos para serem transferidos para instalações de armazenamento modernizadas.

Em 2021, a universidade já havia reconhecido a posse de ossos de pelo menos uma vítima do bombardeio, após participar do processo forense de identificação. Na mesma época, autoridades municipais informaram os familiares sobre a existência de uma caixa com restos mortais no escritório do médico legista, mantida após as autópsias.

O museu afirmou que não se sabe como os restos encontrados nesta semana foram separados do restante e imediatamente notificou a família da criança após a descoberta.

Estamos comprometidos com a transparência total com relação a qualquer nova evidência que possa surgir", disse o Penn Museum em uma declaração em seu site, conforme repercute o The Independent.

"Confrontar nossa história institucional requer um exame em constante evolução de como podemos manter as práticas do museu nos mais altos padrões éticos. Centralizar a dignidade humana e os desejos das comunidades descendentes governam o tratamento atual de restos mortais humanos sob os cuidados do Penn Museum".

O bombardeio

Membros do MOVE, liderados pelo fundador John Africa, praticavam um estilo de vida que evitava conveniências modernas, pregavam direitos iguais para os animais e rejeitavam a autoridade governamental. O grupo entrou em confronto com a polícia e muitas de suas práticas geraram queixas dos vizinhos.

Em 13 de maio de 1985, a polícia, buscando expulsar membros de sua sede, usou um helicóptero para lançar uma bomba na casa. Mais de 60 casas no bairro foram destruídas pelo fogo, enquanto as equipes de emergência foram instruídas a se afastar.

Um relatório de uma comissão de 1986 chamou a decisão de bombardear uma casa ocupada de "inconcebível". Sobreviventes do MOVE foram indenizados com um julgamento de 1,5 milhão em um processo de 1996.