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Kosovo, o fantasma dos Bálcãs

Província exige sua separação da Sérvia. As negociações opõem o Ocidente e a Rússia

Guilherme Gorgulho Publicado em 01/05/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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A negociação do novo estatuto da província sérvia de Kosovo por parte da comunidade internacional pode levar a um novo conflito nos Bálcãs, de acordo com especialistas em política internacional. O principal temor refere-se ao status de autonomia da população kosovar, majoritariamente de origem albanesa, que exige a separação total do governo da Sérvia.

Sob administração da ONU desde o fim da intervenção armada da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em 1999, de Kosovo vem reivindicando sua independência desde o início do processo de negociação com a Sérvia, que quer manter a província em seu Estado.

Atualmente, o Conselho de Segurança da ONU estuda o status político que esse protetorado terá depois do fracasso nas discussões entre as partes. De um lado, a Sérvia tem o apoio da Rússia para vetar uma possível independência do Kosovo. Do outro, os Estados Unidos e a União Européia defendem a proposta.

Caixa de Pandora

Moscou teme que a concessão de autonomia para de Kosovo estimule movimentos separatistas dentro da Rússia. O ministro russo da Defesa, Serguei Ivanov, manifestou a opinião de seu país: “Temos de tomar cuidado para não abrir a caixa de Pandora”. Além disso, a Rússia teria a intenção de reafirmar sua importância geopolítica em questões internacionais e legitimar seu papel de liderança na coalizão informal de nações que se opõem aos EUA.

O que está na pauta de discussões do Conselho de Segurança é o parecer do enviado especial da ONU para a região, o ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari, que prevê a independência parcial de Kosovo. Apesar de a União Européia ter expressado uma posição favorável à proposta, muitos países do bloco manifestaram ressalvas.

Espanha, Grécia, Romênia e Eslováquia – esta última possui um assento temporário no Conselho – não deixaram de demonstrar insatisfação com a proposta. “Se começarmos a dividir países, isso mudaria anualmente o mapa da Europa”, disse o secretário de Estado espanhol para assuntos europeus, Alberto Navarro.

Richard Holbrooke, diplomata americano que negociou o fim da guerra na Bósnia, declarou que a oposição da Rússia ao estatuto de independência supervisionada internacionalmente pode dar início a um novo confronto. “As ações da Rússia podem determinar se haverá uma nova guerra na Europa”, disse em artigo no jornal Washington Post, destacando a possibilidade de um efeito dominó na região.