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Grécia virou saco de pancada

O país passou das mãos dos macedônios para os romanos e depois para os otomanos. Até Átila, o Huno, tirou uma casquinha

01/08/2007 00h00 Publicado em 01/08/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Depois da morte de Alexandre, os territórios do Império Macedônico começaram a se dividir, enquanto parentes e oportunistas se matavam para ocupar o trono vago.

Por volta de 270 a.C., o império foi rachado em três: os ptolomeus governariam o Egito, os selêucidas ficariam com a Síria e a Pérsia e a dinastia dos antígonas dominaria as regiões européias. Antígono Gónatas ganhou o direito de controlar a Grécia depois de derrotar uma coligação entre Esparta, Atenas e Egito.

Apesar de ter virado saco de pancadas, a Grécia ainda servia como modelo de civilização para outros povos. O idioma e os costumes gregos eram coisa de gente poderosa, culta e rica, fosse no Egito, na Síria ou na Macedônia – e, depois, no Império Romano. Tanto é que, por volta de 1840, o historiador alemão Johann Droysen chamou esse período de “helenístico” (hellenizein significa “falar grego”, “viver como os gregos”). Muitos historiadores consideram que essa fase terminou em 147 a.C., com a anexação da península grega por Roma, a nova potência mundial. “Gregos”, aliás, era como os romanos chamavam os helenos (como os gregos chamavam a si próprios), habitantes da Hélade (como os gregos chamavam a região).

EFEITO DOMINÓ

Os reinos helenísticos foram um por um parar nas mãos do Império Romano – alguns foram conquistados à força, outros foram doados sem derramamento de sangue. De derrota em derrota, a Macedônia foi murchando até virar província romana em 146 a.C.

Em 31 a.C., a dinastia grega dos ptolomeus, que governava o Egito, perdeu a Batalha de Ácio – famosa por ter provocado o suicídio do romano Marco Antônio e de sua esposa grega Cleópatra. Um ano depois, o Egito também se tornava uma província romana. Alguns estudiosos afirmam que esse episódio marcou de vez o fim do período helenístico.

Apesar de as cidades-estados gregas terem perdido sua autonomia para Roma, elas até que eram privilegiadas em relação ao resto do império. Os romanos deixaram a administração dessas cidades ao encargo dos próprios gregos, sem interferir no sistema político.

Mais tarde, enquanto o Império Romano começava a rachar, a Grécia voltava a recuperar prestígio. Em 286 d.C., passou a existir o Império Romano do Ocidente, que ia mais ou menos da atual Polônia até Portugal, e o Império Romano do Oriente, que incluía a Grécia e ia em direção ao Oriente Médio. Esse lado ia tão bem das pernas que o imperador Constantino mandou construir uma nova cidade no local da antiga Bizâncio, fundada pelos gregos 981 anos antes.

A cidade foi inaugurada em 330 d.C. com o nome de Constantinopla. Essa data é considerada o marco inicial do Período Bizantino ou Império Bizantino – esse é o nome que os historiadores deram já na nossa era, porque na época o pessoal da região chamava de Império Grego memo. Constantino instituiu o cristianismo como religião oficial.

Não muito depois, povos bárbaros invadiriam o Império do Ocidente e tomaram conta do pedaço. Em 448 d.C., a Grécia recebeu a visita nada amigável de Átila, o rei dos hunos. Ele tinha ouvido falar dos avanços tecnológicos e da cultura dos povos helênicos, e achou que seria interessante passar uns tempos por lá. Mesmo assim, a porção oriental do império agüentaria firme por mais 1000 anos.

Foi só em 1453 que a então bilionária capital do Império Bizantino e do catolicismo (ortodoxo) não resistiu mais às investidas inimigas e caiu nas mãos dos otomanos (turcos da dinastia de Othman, ou Osman).