Um século de desenhos animados
Há cerca de mil anos, o árabe Alhazen notou que o cérebro humano é capaz de reter, por um instante, a imagem que os olhos acabaram de ver. Oito séculos depois, o belga Joseph-Antoine Plateau construiu um aparelho em que a sucessão rápida de figuras dava a sensação de que elas se mexiam. Nascia assim um dos melhores amigos das crianças e das nem tão crianças assim: o desenho animado.
1906 - ERA UMA VEZ
O produtor americano J. Stuart Blackton cria, ainda na era do cinema mudo, a animação de três minutos Humorous Phases of Funny Faces, em que um cartunista desenha rostos que ganham vida. Oito anos depois, Winsor McCay montaria Gertie the Dinosaur, consolidando o nascimento de um novo formato de entretenimento.
1919 - FELINO DA BOLSA
Otto Messmer cria o primeiro astro dos desenhos animados, o Gato Félix. Em Feline Follies e Musical Mews, o personagem se chamava Master Tom. O sucesso fez com que o gato participasse, já com o nome famoso, de uma nova produção no mesmo ano, Adventures of Felix.
1924 - O RATO
Max e Dave Fleischer convidam o cinema a cantar com os personagens da série Song Cartunes. Os espectadores adoram a interação e muitos títulos são lançados, mas a união de som e imagem evolui de fato quatro anos depois, com o clássico Disney O Vapor Willie, terceira aparição de Mickey nas telas.
1930 - POR HOJE É SÓ
Para promover suas músicas, a Warner faz desenhos animados com som. Bosko é o primeiro personagem de Looney Tunes. Depois viriam Gaguinho (1935), Patolino (1937) e Pernalonga (1940), entre outros.
1940 - DUPLA DINÂMICA
William Hanna e Joseph Barbera criam a série Tom & Jerry, considerado um dos melhores desenhos já feitos. Desde a estréia em “Puss Gets the Boot”, mais de 150 curtas foram produzidos, mantendo a quase ininterrupta briga de gato e rato que influenciou muitos outros títulos.
1960 - IABADABADU!
Hanna e Barbera, já donos de seu próprio estúdio, criam a primeira série animada a fazer sucesso no horário nobre da TV americana. Os Flintstones, trama de uma família da Idade da Pedra, conquistam o público com personagens carismáticos e piadas sobre as modernas “máquinas” da época.
1986 - CHEGAM OS PIXELS
Com a animação digital Luxo Jr., a Pixar inicia o que muitos consideram a evolução natural da forma de se fazerem desenhos. A luminária se torna logotipo da empresa, que criaria Toy Story (1995) e Procurando Nemo (2003), entre outros sucessos.
1987 - POVO DE SPRINGFIELD
Matt Groening cria para o programa The Tracey Ullman Show vinhetas com uma família amarela e esquisita. Dois anos depois, Os Simpsons ganham sua própria atração e iniciam uma carreira de enorme sucesso, que inclui mais de 20 prêmios Emmy em suas 23 temporadas ininterruptas apresentadas na TV.
1991 - ENCANTO NA ACADEMIA
Estréia nos cinemas a versão dos estúdios Disney de A Bela e a Fera. O filme, baseado na história do príncipe amaldiçoado (terá a aparência de uma fera até aprender a amar e a ser amado), usou técnicas de computador para criar efeitos inéditos.
1999 - “MOLHO TÁRTARO!”
O biólogo marinho Stephen Hillenburg cria Bob Esponja Calça Quadrada. O desenho vira fenômeno pop e se torna o mais querido entre crianças de 2 e 11 anos. Traduzidas em 25 línguas, as aventuras da esponja de gravata, recheadas de sátiras, agradam também a adultos.