A palavra dicionário tem origem no latim medieval dictionariu e quer dizer “conjunto de vocábulos de uma língua ou de termos próprios de uma ciência ou arte dispostos, de forma geral, alfabeticamente e com o respectivo significado”. A definição da palavra consta no próprio dicionário Aurélio, um dos maiores clássicos
do gênero da língua portuguesa.
Acredita-se que os primeiros dicionários tenham surgido na Mesopotâmia, por volta de 2.600 a.C. Eles eram feitos em tabletes com escrita cuneiforme e traziam explicações sobre profissões, signos e divindades. Antes disso, segundo os historiadores, não havia muita preocupação em definições exatas das palavras nas línguas faladas pelos povos, até porque, durante muito tempo, a escrita foi privilégio de poucos. Somente muito tempo depois dos mesopotâmicos surgiu na China o dicionário de Hou Chin, em 150 a.C., considerado por muitos estudiosos como um dos pioneiros da História.
A revolução dos livros de definições ocorreu somente em 1502, quando o monge italiano Ambrogio Calepino publicou um dicionário latim-italiano que ficou tão famoso que o termo “calepino” foi utilizado durante muito tempo como sinônimo desse tipo de obra. Mais ou menos o que aconteceu séculos depois com o Aurélio no Brasil.
Após a obra de Calepino, que foi compilada por vários autores em edições posteriores, os dicionários tornaram-se mais comuns, seguindo o avanço cada vez maior da imprensa. Alguns reúnem, além de palavras, histórias curiosas. Como o dicionário latim-inglês do autor inglês Thomas Cooper. Quando estava com o seu trabalho
pela metade, a mulher de Cooper, irritada pelo fato de o marido dedicar-se tanto tempo ao trabalho, deu um jeito de entrar no seu escritório e jogar todos os originais do livro na fogueira. O dicionarista não se abalou. Começou sua obra toda de novo, do zero, e finalmente publicou-a, em 1565.