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Chumbo envenenou Beethoven por 20 anos

Chumbo envenenou Beethoven por 20 anos

Rodrigo Gallo Publicado em 01/02/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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Está provado: o compositor Ludwig van Beethoven foi mesmo intoxicado por chumbo. A conclusão é do Centro de Estudos Beethovianos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Na década de 1990, uma análise do cabelo do músico já havia revelado indícios de contaminação pelo metal. Os novos exames, feitos com base em fragmentos do crânio do compositor, são definitivos e provam que a contaminação se deu por pelo menos 20 anos.

Beethoven morreu em 1827, aos 56 anos, vítima de doença hepática. Os pesquisadores americanos ainda não sabem se sua morte foi causada exclusivamente pela exposição ao metal nem a causa exata da intoxicação. “Suspeito que ela tenha sido causada pelos canos de chumbo usados nas casas”, diz o diretor do Centro de Estudos, William Meredith. No século 19, as tubulações eram revestidas com o material para evitar a ferrugem, que deixava gosto na água. Para Meredith, partículas de chumbo podem ter se soltado. Outra hipótese para a contaminação é por meio de recipientes de cerâmica que acondicionavam vinho. Segundo o químico John Emsley, autor de The Elements of Murder (“Os elementos do assassinato”, inédito em português), os potes costumavam ser revestidos com verniz feito à base de chumbo. O produto reagia com o vinho produzindo acetato de chumbo – que acabava ingerido com a bebida. Há suspeitas – não confirmadas – de que a substância tenha sido a causa da perda de audição de Beethoven e ainda de sua expressão sempre séria.

As vítimas do metal

Substância era usadapara preservar vinho

Entre os vários usos do chumbo, conhecido há 6 mil anos, o mais bizarro é o de preservação de alimentos e vinhos. Foram vítimas de intoxicação o imperador romano Cláudio, que governou entre 41 e 54, e o compositor George Frederick Handel (morto em 1759). Benjamin Franklin, Charles Darwin e Cristóvão Colombo foram contaminados provavelmente pelo hábito de beber vinho do Porto, que levava o metal.