As batatas já foram consideradas comida de bruxa
Entre os incas, a batata era praticamente sagrada. Mas, ao chegar à Europa, o tubérculo foi acusado de propagar até tuberculose e raquitismo, e muita gente dizia que ele dava às bruxas o poder de voar. A imagem da batata era tão ruim que a primeira edição da Enciclopédia Britânica, de 1768, se referia a ela como um alimento desmoralizador. Os ventos mudaram no reinado de Luís XVI (1754-1793): convencido de que aquela era uma poderosa arma contra a fome, o farmacêutico Antoine-Augustin Parmentier (1737-1813) passou a cultivar batatas. Para dobrar a resistência do povo, usou uma estratégia genial. Durante o dia, trancava a plantação, alegando que o alimento era para os nobres. De madrugada, abria os portões. “Como o que é proibido atrai, logo apareceram pessoas dispostas a furtar batatas”, diz a crítica Danusia Barbara em Batatas (Senac).