O uniforme é alemão; a história, universal
Neste clássico antibelicista, a Segunda Guerra Mundial é mostrada sob os olhos dos alemães. O diretor Sam Peckinpah mostra que os soldados que combateram com o uniforme nazista eram vítimas dos senhores da guerra. Eles não eram meras máquinas programadas para matar, frios assassinos sem medo, culpa ou arrependimento. O sargento Steiner (Coburn) participa de uma batalha sangrenta contra as tropas russas, na qual morre o bravo tenente Meyer, líder do pelotão. Só que o capitão aristocrata Stransky (Schell) diz que comandou os soldados na luta e reivindica a Cruz de Ferro, medalha concedida por bravura no campo de batalha. Steiner nega-se a corroborar a farsa. Covardemente, o capitão escarra na honra militar e vinga-se do sargento.
Sam Peckinpah não se vale de meias palavras ou meias imagens para reconstruir a carnificina da Segunda Guerra Mundial. As cenas, cruéis e violentas, lembram que o sofrimento não foi um privilégio dos Aliados. O enredo é universal: enquanto sonham com o poder, uns poucos alimentam o conflito com o sangue da ralé. Em A Cruz de Ferro, a ambição é o estopim, a faísca e o combustível da guerra. E a terrível constatação é que mesmo os vencedores terminam vencidos.
[Título original] Cross of Iron
[País] Reino Unido/Alemanha Ocidental
[Ano] 1977
[Direção] Sam Peckinpah
[Elenco] James Coburn, Maximilian Schell, James Mason, David Warner, Klaus Löwitsch, Vadim Glowna, Roger Fritz, Dieter Schidor
[Preço do DVD] US$ 30 (importado)
Difícil de encontrar
Fique de olho
Os soldados russos entoam uma canção iugoslava, pois os extras eram iugoslavos e não conheciam músicas russas. Ninguém na equipe percebeu, e a cena ficou assim. Outro fora são as marcas de biquíni nas mulheres durante o banho.