Os 100 anos do sutiã
Era fim dos anos 1900 quando o estilista francês Paul Poiret criou os vestidos com cintura alta e decretou – já não era sem tempo – a morte dos penosos espartilhos. Mas foi a americana Mary Tucek que percebeu que faltava algo para sustentar os seios da mulherada. E criou uma peça com bojos separados, alças nos ombros e preso na parte de trás por colchetes.
1910
Em 1914 a americana Mary Phelps Jacobs melhorou a invenção de Tucek: uniu dois lenços de seda e fitas e criou um tipo de sutiã que separava os seios. Patenteado, ele foi vendido para a Warner Brothers Corset. Começava a produção industrial da lingerie.
1920
Surge o modelo composto por dois triângulos de crepe, jérsei ou cambraia, presos a um elástico que passava sobre os ombros e cruzava nas costas. As jovens mais liberadas não queriam exibir seios opulentos – o sutiã então achatava o busto.
1930
A invenção do náilon trouxe mais conforto. Como os peitos empinados voltam a fazer sucesso, chega ao mercado, em 1935, o primeiro sutiã com bojos e pespontos circulares. A publicidade começa a falar em sustentação.
1940
Facilidades trazidas pelo náilon (não amassar, secar rápido e deixar a peça mais leve e com um toque de brilho) foram os principais atributos do sutiã nessa época. Surgem enchimentos com espuma para aumentar e empinar ainda mais os seios.
1950
A década é marcada pelo lançamento do sutiã feito com duas almofadas de ar, que dava o efeito “seios-globo” sonhado pelas mulheres. A referência de beleza eram as pin-ups. Outro modelo de sucesso foi o peito-de-pombo, que aproximava e levantava os seios.
1960
O alvo eram as adolescentes. Modelos mais simples e delicados são lançados nessa época, marcada pelo surgimento das alças elásticas reguláveis. Em 1968, algumas feministas queimaram seus sutiãs em frente ao Senado americano em forma de protesto.
1970
Com a revolução sexual, a mulherada aboliu o uso da peça, que ganhou costura no meio dos bojos para melhorar a sustentação. Outra marca do período foi o uso de tecidos transparentes e das rendas nas roupas íntimas, que ficam mais leves.
1980
O surgimento da lycra faz a alegria da indústria. Combinado a fibras naturais, como o algodão, o tecido permite o ajuste perfeito ao corpo e muito mais conforto para quem usa. Madonna lança o conceito “outwear”: os bodies, bustiês, corpetes e sutiãs viram roupas de sair.
1990
Conforto é a palavra de ordem. Os tecidos ficam mais finos, como uma segunda pele, e os modelos sem costura são a novidade, assim como a lingerie esportiva. Novas fibras como tactel e microfibra são incorporados à lycra e ao algodão. A idéia é parecer que não se está usando nada por baixo.
2000
O negócio é o “efeito silicone” com a criação do bojo tecnológico. Há o modelo push-up, capaz de levantar e juntar os seios, e os bojos com bolhas estra-tegicamente situadas para aumentar e modelar os seios pequenos e médios.