Mais de mil fotos do Rio de Janeiro, feitas no começo do século passado, estão nas mãos de bandidos
A abertura das grandes avenidas, a construção de prédios suntuosos, a derrubada de antigos cortiços, o surgimento das primeiras favelas. Cenas como essas, que retratam a transformação do Rio de Janeiro na metrópole que é hoje, foram captadas pelas lentes de Augusto Malta, fotógrafo oficial da prefeitura do então Distrito Federal entre 1903 e 1936. E podem estar perdidas para sempre – foram roubadas recentemente do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
Augusto Malta nasceu em 1864, em Alagoas, e tornou-se mestre em registrar o cotidiano. Quando morreu, em 1957, deixou mais de 80 mil fotos, 2600 negativos de vidro e 40 panorâmicos. As imagens, além da importância histórica, ganharam valor de mercado. Especialistas avaliam que uma original de paisagem custe até 30 mil reais. Em junho, 27 álbuns com mais de mil fotos feitas por Malta foram parar nas mãos de bandidos. A Polícia Federal suspeita que elas tenham sido vendidas em sites piratas de leilão sediados no Leste Europeu.