Apesar de ter sido esposa do poderoso faraó Akhenaton, a jovem simplesmente desapareceu dos registros e toda a sua vida permanece uma incógnita até hoje
Pamela Malva Publicado em 13/08/2020, às 08h00
Tudo na vida de Kia é um mistério. Com um nome simples, é difícil de acreditar que ela tenha sido uma importante figura na 18ª dinastia do Egito — isso porque, naquela época, personagens históricos eram tratados como deuses, com toda pompa e circunstância.
No posto de uma das esposas do faraó egípcio Akhenaton, Kia realmente foi uma mulher importante, mas até seu nome é motivo de debate entre historiadores. Mesmo com tantos vestígios do passado, pouco se sabe sobre a vida dela.
Descoberta apenas em 1959 através de artefatos do Museu Metropolitano de Arte de Nova York, ela é mais uma das personagens esquecidas com o passar do tempo. Ainda assim, um grande mistério sobre Kia intriga estudiosos até hoje.
Personagem desconhecida
As raízes de Kia, bem como seu nome, são um grande mistério. Nenhuma evidência concreta foi encontrada sobre a nacionalidade da jovem e, portanto, acredita-se que ela seja egípcia por nascimento — a identidade de seus pais também não é definida.
O que se sabe, no entanto, é que, como esposa de Akhenaton, ela era uma das preferidas do faraó. Em inscrições antigas, Kia recebe os títulos de “a favorita” e “a muito amada”, sem nunca ser citada como “herdeira” ou “grande esposa real”.
Dessa forma, estudiosos sugerem que, apesar de graciosa e amada pelo governante egípcio, Kia não tinha sangue nobre. Ainda assim, diversos artefatos provenientes de Amarna, a capital da dinastia de Akhenaton, citam o nome da jovem com frequência.
Documentos silenciosos
Ausente em quaisquer outros períodos do Egito Antigo, Kia só teve sua vida documentada em peças e objetos da 18ª dinastia. Enquanto registros sobre a família de Akhenaton sugerem que o faraó chegou à Tebas nos primeiros quatro anos do seu reinado, a jovem esposa não é citada em nenhum momento.
Foi apenas após a mudança do governante para a capital em Amarna que Kia apareceu nos registros antigos. Antes desconhecida, ela passou a ser representada como uma das esposas prediletas do poderoso faraó.
Muito além de sua história misteriosa, a linhagem de Kia também não foi documentada durante o período. Nesse sentido, algumas inscrições sugerem que a jovem teve uma filha com o faraó, mas tal teoria nunca foi realmente comprovada.
Riquezas esquecidas
O mais significativo objeto que recebeu o nome de Kia durante a dinastia de seu marido foi um caixote de madeira dourada, encontrado na tumba KV55 no Vale dos Reis. Bastante ornamentado, o artefato revelava um pouco mais sobre o status de Kia em Amarna — isso se ele realmente pertenceu à ela.
No último terço do reinado de Akhenaton, entretanto, Kia simplesmente desapareceu dos registros. Seu nome não foi encontrado em mais nenhum objeto da época e ninguém nunca descobriu o que aconteceu com ela.
O fim repentino de Kia, seja por morte ou exílio, é comumente caracterizado por egiptólogos como um sinal de desgraça. Se ela ainda mantivesse uma boa relação com o marido quando sumiu da capital, teria recebido um sepultamento suntuoso.
Teorias de uma vida
Como grande parte da vida de Kia é um verdadeiro mistério, diversos estudiosos sugerem novas identidades para mulher. Uma delas, a mais intrigante, diz respeito à múmia conhecida como “A jovem dama”, a mãe de Tutancâmon.
Encontrada no Vale dos Reis, a jovem apresentava características parecidas com as de Kia, mas um teste de DNA logo descartou as possibilidades. Enquanto a múmia era filha de Amenhotep III, Kia nunca foi descrita como herdeira de um faraó.
Outra teoria sugere que Kia era Tadukhipa, a filha do rei Tushratta, que casou-se com Amenhotep III e, em seguida, tornou-se uma das esposas de Akhenaton. Assim como a anterior, no entanto, essa possibilidade também foi desconsiderada.
Ainda assim, as sugestões poderiam indicar um possível motivo para o desaparecimento de Kia. Se fosse Tadukhipa, ela poderia ter sido castigada pela quebra de uma aliança. Por outro lado, se fosse a mãe de Tutancâmon, a jovem poderia ter sofrido com a ira ciumenta e impiedosa de Nefertiti.
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