Saiba como era a saúde de membros da classe mais alta do Egito Antigo
Redação Publicado em 18/09/2021, às 10h00 - Atualizado em 20/09/2021, às 08h16
Quando o assunto é "governantes do Antigo Egito", muitos podem imaginar que, em meio a tantos privilégios, essas pessoas tinham uma boa qualidade de vida, isto é, saudável e sem muitas preocupações.
No entanto, um estudo promovido por pesquisadores do projeto Qubbet el-Hawa em 2016, o cenário da época era muito mais complexo.
Segundo declarou o epecialista em Egito Antigo, Julio Gralha, à revista Veja no ano de 2016, por mais que possuíssem posições de destaque na sociedade egípcia, muitas famílias de classe alta tinham de lidar com sérios problemas.
Entre eles, estavam a desnutrição, além de inúmeras doenças infecciosas. Como consequência, esses elementos acabaram por contribuir para os altíssimos índices de mortalidade infantil da época.
“A maior novidade do estudo é a descoberta do que os governantes também tinham uma má qualidade de vida, com expectativa de vida apenas de 30 anos - acreditava-se viveriam até por volta dos 45 anos", disse ele na época.
Participaram do estudo pesquisadores das Universidades de Jaén e de Granada, ambas da Espanha, e também da Suprema Corte de Antiguidades da República Árabe do Egito.
Para realizá-lo, a equipe escavou a tumba número 33 da necrópole, a qual dá nome ao projeto, Qubbet el-Hawa, e que foi construída durante a 12ª Dinastia (1.939 - 1.760 aC).
Localizada ao lado da cidade de Aswan, abrigou originalmente o corpo de um dos mais importantes dignitários da região. Mais tarde, o local foi reutilizado pelo menos três vezes, nas dinastias de números 18, 22 e 27.
Durante o processo de escavação foram encontrados mais de 200 múmias e esqueletos pertencentes a crianças e adultos, as quais ajudaram os especialistas a entenderem um pouco mais sobre as condições de saúde dos egípcios de classe mais abastada na antiguidade. O resultado foi impactante.
“Embora o nível cultural da época seja extraordinário, a análise antropológica dos restos humanos revela que a população em geral e os governantes (classes mais altas) viveram em condições nas quais a saúde era precária, no limite da sobrevivência”, declarou na época Miguel Botella Lopez, da Universidade de Granada.
A equipe concluiu que a expectativa de vida era de cerca de 30 anos na época, tendo em vista a desnutrição e os problemas de saúde provocados pelo consumo de água contaminada do rio Nilo. Grande parte das múmias pertencia a jovens que tinham entre 17 e 25 anos quando morreram.
Além disso, segundo os especialistas, as várias ossadas infantis encontradas não possuíam marcas, o que seria um indício de que aquelas crianças teriam morrido de alguma doença infecciosa.
Confira aqui o estudo completo.
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