Rosario Porto e Alfonso Basterra: Ficção e realidade - Divulgação/Netflix e arquivo pessoal
O Caso Asunta

O Caso Asunta: Veja a verdadeira história por trás da série da Netflix

Em "O Caso Asunta", nova série da Netflix resgata um caso de desaparecimento e assassinato que chocou a Espanha em 2013

Thiago Lincolins Publicado em 25/04/2024, às 20h00 - Atualizado em 20/05/2024, às 07h15

Em 21 de setembro de 2013, uma menina de apenas 12 anos chamada Asunta Basterra Porto desapareceu em Galiza, uma comuna na Espanha. Na época, seu sumiço foi denunciado pelos pais, Alfonso Basterra e Rosario Porto — depois o caso se revelaria como ainda mais sombrio.

Um dia depois, no entanto, durante a madrugada, o corpo da jovem foi encontrado próximo à casa de campo da família em Teo, em Galiza. O caso se tornou ainda mais intrigante quando os seus responsáveis se tornaram alvo das autoridades.

+ O Caso Asunta: O que aconteceu com os pais de Asunta Basterra Porto

Quase 11 anos depois, a história é retratada em "O Caso Asunta", nova série da plataforma de streaming Netflix, que chegou ao catálogo da plataforma no último mês.

"Em 21 de setembro de 2013, Rosario Porto e Alfonso Basterra dão queixa do desaparecimento da filha, Asunta, cujo corpo é encontrado horas depois perto de uma estrada em Santiago de Compostela. A investigação policial logo aponta Rosario e Alfonso como possíveis autores do crime, uma notícia que abala a cidade e o país. O que levaria os pais a acabar com a vida da própria filha? O que se esconde por trás dessa família perfeita?", explica a sinopse da série.

Com isso em mente, confira abaixo a verdadeira história que inspirou o lançamento da plataforma de streaming.

Asunta nasceu na China e chegou à Galiza quando tinha apenas um ano, explica o El País. Sua vida mudou quando foi adotada por Alfonso Basterra, jornalista, e Rosario Porto, advogada. Ela era descrita como uma criança madura e responsável. Teve aulas de inglês, piano, violino e até mesmo dança. Era uma vida tranquila que, infelizmente, mudou.

A família de Asunta - Arquivo pessoal

 

No fim de 2011, sua avó materna faleceu. Sete meses depois, o avô materno também morreu.  De acordo com pessoas próximas, a mãe de Asunta lidou com um colapso físico e mental. Também fazia uso de fortes medicações. Quando os pais se separaram, a adolescente vivia com Rosario, mas também passava um tempo com o pai, que morava próximo.

Altas doses

Conforme o site Infobae, as investigações em torno da morte de Asunta revelaram altas doses de ansiolíticos no corpo da adolescente. Isso não apenas quando o cadáver foi encontrado, mas também nos últimos três meses. As análises forenses confirmaram que a jovem passou por uma morte cruel.

Especialistas presentes no julgamento alegaram que ela ingeriu, aproximadamente, 27 comprimidos de Orfidal, um tranquilizante-ansiolítico, no dia em que morreu.

Rosario, a mãe de Asunta - Reprodução/Vídeo

 

Os pais de Asunta compravam quantidades abundantes de tranquilizantes desde julho de 2013. Assim, a garota era alvo de doses cada vez maiores. No dia 22 daquele mês, inclusive, a jovem relatou os professores que sua mãe deu "um pó branco que a faz dormir durante dias".

Incoerências

As investigações não favoreceram os pais da garota. Após "incoerências e ambiguidades" e "versões contraditórias" em depoimentos, Rosario entrou na mira da polícia, e foi acusada de homicídio. Depois, Alfonso encarou a mesma acusação. Assim, foram presos provisoriamente sem fiança. 

No dia do desaparecimento, a mãe disse que saiu para fazer compras sozinha, no entanto, registros feitos às 20h mostram que ela estava no carro com a filha. Além disso, Rosario disse que a filha saiu de casa entre 19h e 21h30 sozinha, sem maiores detalhes. No entanto, vizinhos afirmaram que encontraram a mãe de Asunta às 20h45. Ela informou que buscaria a filha, repercutiu o site Publico.

Alfosono Basterra no julgamento - Reprodução/Vídeo

 

Também chama atenção que buscas feitas na casa revelaram cordas semelhantes aquelas encontradas próximo ao cadáver da adolescente.

O crime

De acordo com as autoridades, o crime aconteceu da seguinte maneira: Alfonso administrou uma "dose tóxica de Orfidal". Sedada, Asunta foi asfixiada pela mãe, que, em seguida, levou o corpo da garota para o local no qual foi encontrada, descreve o Diário de Notícias.

Como resultado, Rosario e Alfonso foram condenados a 18 anos de prisão em 2015. Conforme o Superior Tribunal de Justiça da Galiza, eles foram acusados de sedar e asfixiar a própria filha até a morte.

Hoje

O caso, contudo, passou por um desdobramento em novembro de 2020. Em 18 de novembro daquele ano, Rosario tirou a própria vida na prisão de Brieva, Ávila, após outras tentativas. Já Alfonso segue cumprindo a pena no presídio de Teixero.

Eles, no entanto, sempre negaram a autoria do crime que chocou a Espanha. Em julho de 2013, por exemplo, Rosario se dirigiu até uma delegacia em Santiago e denunciou que seu apartamento fora invadido por uma pessoa que utilizava roupas pretas e luvas de látex. Disse ter acordado com os gritos da filha. 

Cena da série "O Caso Asunta" - Divulgação/Netflix

 

Conforme o El Periódico de Catalunya, Porto apresentava contusão na cabeça, entretanto, precisaria de um atestado médico para fazer o boletim de ocorrência. Ela não prosseguiu com a queixa. Quando a filha desapareceu, afirmou que desistiu da denúncia para não traumatizar a adolescente. Na época, a defesa de Rosario também disse que ela havia esquecido as chaves na fechadura.

Como consequência, as motivações para a morte de Asunta permanecem um mistério. Todos os episódios de "O Caso Asunta" já foram lançados pela plataforma de streaming Netflix.

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