Irmãos Menendez: O que aconteceu com o psicólogo de Lyle e Erik?

Em 20 de agosto de 1989, um jovem chamado Lyle Menendez ligou aos prantos ao serviço de emergência. Soluçando, alegava que seus pais estavam mortos dentro de casa, localizada em Beverly Hills, nos Estados Unidos. Era o começo de um dos crimes mais chocantes dos Estados Unidos, que até mesmo relembra os desdobramentos do assassinato dos pais de Suzane von Richthofen. 

A medida que as investigações avançavam, as autoridades passaram a desconfiar de Lyle e seu irmão, Erik. Sem sinal de luto pela tragédia que tomou as manchetes, eles passaram a gastar de maneira descontrolada o dinheiro dos pais. Depois, veio a confissão: eles mataram os próprios genitores. 

Mais de 30 anos depois, o caso dos irmãos volta à tona com o lançamento da segunda temporada da antologia Monstros. Intitulada "Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais", os episódios serão lançados pela Netflix nesta quinta-feira, 19. 

Na vida real, foi o terapeuta dos irmãos quem desempenhou um papel crucial na prisão da dupla, embora não por sua própria vontade. Assim, fica a dúvida: como Jerome Oziel contribuiu para a queda dos Menendez e onde ele está agora? 

Papel essencial

O jornalista Robert Rand, que cobriu o julgamento dos irmãos Menendez para a Court TV e posteriormente escreveu um livro sobre os assassinatos, descreveu o momento em que Dr. Oziel descobriu o que Lyle e Erik Menendez cometeram o crime brutal.

Em seu site, o autor explica que há diferentes versões dos eventos daquele dia: uma relatada por Dr. Oziel, duas pelos próprios irmãos, e a quarta por Judalon Smyth, amante do psicólogo, que desempenhou um papel significativo na confissão.

Em 30 de outubro de 1989, dois meses após os assassinatos, o profissional recebeu uma mensagem urgente. Era Erik, que exigia ver o terapeuta no dia seguinte. Durante a sessão, o rapaz afirmou que tinha pesadelos com seus pais assassinados. Após uma caminhada para desabafar, antes de retornarem ao consultório, Erik confessou: "Nós fizemos isso."

Ambos decidiram que Lyle precisava saber da confissão de Erik, então o profissional ligou para ele em casa e compartilhou a informação revelada pelo irmão mais novo. Ele ficou em pânico e decidiu encontrá-los.

Enquanto aguardavam sua chegada, o doutor instruiu sua amante a escutar atrás da porta quando Lyle chegasse. Posteriormente, Smyth relatou às autoridades sobre a instrução dada pelo terapeuta, embora ele tenha negado tal pedido.

O rapaz, entretanto, recusou-se a ouvir o que ele alegava e saiu furioso do consultório, com Erik seguindo-o. A situação mudou por completo, entretanto, quando terminou seu relacionamento com Smyth alguns meses depois. Ela foi à polícia contar o que sabia e acrescentar algumas acusações extras.

Além de revelar as confissões dos irmãos Menendez, ela ainda fez acusações contra Oziel, explica a Vanity Fair.

E hoje?

De acordo com o Los Angeles Times, o doutor perdeu sua licença em janeiro de 1997. Ele foi "acusado (...) de violar regras de confidencialidade e ter relações sexuais com pacientes do sexo feminino". Naquela época, Oziel já havia se mudado da Califórnia e não estava mais trabalhando na área.

Seu advogado afirmou ao jornal: "Não fazia sentido voltar para a Califórnia e gastar milhares de dólares defendendo uma licença que ele não usa em um estado onde não reside".

Até setembro de 2024, Dr. Oziel reside em Albuquerque, Novo México, e trabalharia para uma organização chamada Marital Mediation ("Mediação Conjugal"), explica o Distractify. Ele agora se apresenta como Jerry e, segundo o site da empresa, auxilia casais a resolverem problemas conjugais como uma "alternativa ao divórcio". O site, no entanto, parece desatualizado e possui um link para um site mais novo que já não lista Oziel como membro da equipe.

Em novembro de 2017, Dr. Oziel concedeu uma entrevista à Bustle, na qual afirmou que não entregou sua licença devido às acusações contra ele.

"A verdade é que eu havia encerrado minha prática porque recebi uma oferta de negócio altamente lucrativa e me mudei para ser CEO de uma grande empresa em outro estado UM ANO E MEIO ANTES da entrega da licença," afirmou ele, que também demonstrou irritação por ainda estar associado ao episódio.

"Foi algo que aconteceu e que eu testemunhei, mas realmente não tem nada a ver com minha vida nos últimos... QUATRO TEMPOS DE SÉCULO!!! De forma alguma me identifico com isso, nem isso me define de forma alguma. Você pode deixar eventos externos 'controlarem' você ou pode decidir não deixar isso acontecer de forma alguma. Foi o que eu fiz... Eu tenho uma ótima vida", finalizou.