Em 'Gladiador 2', vemos o Coliseu repleto de animais perigosos e até mesmo inundado; confira 5 curiosidades sobre o glorioso anfiteatro romano!
Éric Moreira Publicado em 13/11/2024, às 20h00
Nesta quinta-feira, 14 de novembro, chega aos cinemas o tão aguardado filme 'Gladiador 2'. Novo trabalho de Ridley Scott, a produção chama atenção tanto por ser a continuação de um dos filmes mais premiados do começo dos anos 2000, lançada mais de duas décadas depois, com um elenco repleto de estrelas, incluindo Paul Mescal como protagonista, Pedro Pascal e Denzel Washington.
"Lucius deve entrar no Coliseu após os poderosos imperadores de Roma conquistarem sua terra natal. Com raiva no coração e o futuro do império em jogo, ele olha para o passado para encontrar a força e a honra necessárias", descreve a sinopse do filme.
Sendo um épico ambientado no tão glorioso Império Romano, não surpreende que muitas pessoas se interessem pelo quanto Ridley Scott se atentou à realidade para seu filme; e já é possível adiantar: não muito.
Nos trailers de divulgação do filme, já pudemos vislumbrar cenas impressionantes dentro do Coliseu — uma das obras arquitetônicas mais impressionantes do mundo, em pé há quase 2 mil anos —, incluindo uma variedade de animais selvagens lutando contra guerreiros, ou até mesmo o anfiteatro inundado e com batalhas navais.
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Muitas pessoas podem pensar que o Coliseu, graças a como o conhecemos hoje, certamente não tinha estruturas tão complexas por ser erguido em tempos tão antigos, visto que foi construído entre 72 e 80 d.C..
Porém, fora construído através da engenharia que marcou uma grande revolução arquitetônica, sendo capaz de acomodar inúmeros espectadores de uma vez. Confira a seguir 5 fatos curiosos sobre o Coliseu, o anfiteatro romano onde batalhavam os gladiadores:
Em 'Gladiador' e 'Gladiador 2', vemos o Coliseu equipado com subestruturas que permitiam acesso ao subterrâneo da arena, de onde animais perigosos, como tigres, saíam para atacar os guerreiros. E, de fato, o grande anfiteatro de Roma possuía estruturas complexas, que adicionaram complexidade, teatralidade e drama aos eventos.
Inclusive, cenas inacreditáveis do filme, como o Coliseu inundado, são parcialmente reais. No novo filme, poderemos assistir uma batalha naval na arena, e até mesmo tubarões atacando gladiadores.
Porém, não há evidências de que os animais tenham passado por lá — embora batalhas navais realmente acontecessem, com águas rasas e barcos de fundo chato.
"Obviamente não havia tubarões", disse Estelle Paranque, professora associada de História da Northeastern University, em Londres, ao Northeastern Global News. "Não havia como eles terem levado tubarões… Você não precisa de tubarões para tornar interessante uma história sobre gladiadores."
Mesmo que hoje em dia o Coliseu esteja em ruínas, ainda é possível ter noção de seu tamanho colossal. Com 189 metros de comprimento, 156 metros de largura e 48,5 metros de altura, foi meticulosamente projetado para controlar multidões e causar impacto nos espectadores.
Ao todo, o Coliseu contava com 80 entradas, que permitiam a entrada organizada das pessoas. Sua capacidade máxima era de cerca de 50 mil espectadores, segundo o site da AD Middle East.
Outro feito extraordinário realizado pelos romanos foi de criar um vasto toldo retrátil de lona que cobria parte do topo do Coliseu. Funcionava com uma complicada rede de cordas e 240 mastros, que eram operados com precisão por uma unidade especial da marinha romana, que ajustava seu ângulo ao longo do dia para acompanhar o sol.
Além disso, era comum que "névoas perfumadas de água" fossem borrifadas na multidão, refrescando a todos durante dias quentes, explica Nathan Elkin, autor de 'Um Monumento à Dinastia e à Morte – A História do Coliseu de Roma e dos Imperadores que o Construíram'.
A disposição do público nos assentos do Coliseu também era um reflexo da rígida hierarquia social da sociedade romana. "Os melhores assentos, nos níveis mais baixos do anfiteatro, mais próximos do piso da arena, eram reservados para a nobreza senatorial", afirmou Elkin, conforme o AD Middle East.
"Acima dos senadores estavam os cavaleiros, uma classe social logo abaixo da nobreza senatorial, seguidos por dois grupos de plebeus, e no topo estavam os não cidadãos: libertos, escravos e estrangeiros", acrescenta.
Vale mencionar que o imperador e sua família tinha assentos exclusivos na primeira fila.
Um fato emblemático mostrado nos filmes de Ridley Scott é o poder do imperador — ou dos imperadores, no caso da sequência — de decidir sobre a vida e a morte dos gladiadores. Posicionados nos melhores assentos do anfiteatro, os imperadores eram quem, com apenas um gesto de mãos, definia quem era o vencedor dos combates, e se um guerreiro poderia viver, ou deveria morrer.
Anthony Corbeil, professor de estudos clássicos da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, disse à AD Middle East que um polegar para cima indicava que o gladiador deveria ser morto — um detalhe alterado nos filmes —, enquanto "um punho fechado com um polegar enrolado" significava que ele seria poupado.
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