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Desventuras / Gladiador 2

Gladiador 2: Veja a trágica história dos imperadores retratados no filme

Em 'Gladiador 2', teremos como figuras importantes os famosos os co-imperadores Caracala e Geta; filme chega aos cinemas brasileiros em novembro

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 20/07/2024, às 09h00 - Atualizado em 21/07/2024, às 11h18

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Fred Hechinger e Joseph Quinn como Caracala e Geta em 'Gladiador 2' - Divulgação/Paramount Pictures
Fred Hechinger e Joseph Quinn como Caracala e Geta em 'Gladiador 2' - Divulgação/Paramount Pictures

Em novembro, poderemos assistir nos cinemas ao que já é um dos filmes mais aguardados do ano: 'Gladiador 2'. Continuação do clássico filme de 2000 dirigido por Ridley Scott — e com Russell Crowe no elenco —, este filme acompanhará Lucius (interpretado por Paul Mescal), buscando glórias nas areias do Coliseu.

Ambientado 20 anos após os eventos de 'Gladiador', o novo filme também é dirigido por Ridley Scott, e já promete ser um dos melhores filmes do ano.

"Anos depois de testemunhar a morte do reverenciado herói Maximus nas mãos de seu tio, Lucius (Mescal) é forçado a entrar no Coliseu depois que sua casa é conquistada pelos imperadores tirânicos que agora lideram Roma com ferro. Com raiva em seu coração e o futuro do Império em jogo, Lucius deve olhar para seu passado para encontrar força e honra para devolver a glória de Roma ao seu povo", descreve o material de divulgação.

Logo no primeiro trailer de 'Gladiador 2', podemos ver algumas figuras de destaque de Hollywood cumprindo papéis, no mínimo, relevantes. Por exemplo, Pedro Pascal estrelará como o general romano Marcus Acacius — que teria treinado sob comando do personagem de Crowe no filme original —, e Denzel Washington como o ex-escravo Macrinus, que busca vingança contra os imperadores.

Já os imperadores em questão, interpretados por Fred Hechinger e Joseph Quinn, respectivamente, são os já famosos Caracala e Geta. Mas afinal, quem foram eles, o que fizeram e por que governaram o Império Romano juntos? Entenda!

+ Gladiador 2: A verdadeira história por trás do novo filme épico

"Cinco Imperadores"

Por mais que muitos estranhem a ideia de que Roma já tenha sido liderada por dois imperadores no filme, é um fato. Em mais de um momento os romanos foram governados por triunviratos: primeiro por César, Pompeu e Crasso e, mais tarde, Otaviano (também conhecido como Augusto), Marco Antônio e Lépido. Por um período (mesmo que breve), Caracala e Geta lideraram juntos, segundo o Collider.

Recapitulando os eventos do primeiro 'Gladiador', o herói original, Maximus (que é ficcional) foi o responsável direto pela morte do imperador Commodus (vivido por Joaquin Phoenix). Na vida real, a morte de Commodus deu início a um período de grande instabilidade de Roma, que ficou conhecido como o "Ano dos Cinco Imperadores".

Commodus (Joaquin Phoenix) em 'Gladiador' (2000) / Crédito: Reprodução/Universal Pictures

O assassinato de Commodus ocorreu no último dia de 192 d.C. Ele foi sucedido por Pertinax. Porém, como suas habilidades políticas deixavam a desejar, e pouco fez para realizar reformas políticas, ele foi assassinado meses depois, em março.

Em seguida, quem se tornou imperador, foi Didius Julianus, que acabou deposto e morto em junho, por Sétimo Severo, coroado pelo Senado como César. No entanto, em paralelo, seu rival político, Pescénio Níger, também reivindicou-se imperador, no que seguiu uma guerra civil em Roma. E para dedicar sua atenção à guerra, Severo tornou Clodius Albinus co-imperador.

Eventualmente, Severo conseguiu pacificar o império e, em 198 d.C., nomeou Caracala, seu filho mais velho, como seu co-imperador. Anos depois, em 209, seu segundo filho, Geta, também ascendeu a essa posição, e assim iniciou-se a chamada Dinastia Severa.

Caracala e Geta

Embora no trailer de 'Gladiador 2' seja possível ver Caracala e Geta rindo e celebrando batalhas no Coliseu juntos, os dois não se davam exatamente bem. Eles governaram juntos por um período breve, em 211 d.C., por menos de um ano; portanto, é possível teorizar que o novo filme certamente se passa nesse ano.

Assim que Severo morreu, Caracala e Geta nunca mais estiveram no mesmo espaço sem a presença de sua mãe, Julia Domna, ou seus próprios guardas. Isso porque eles tinham medo constante de que um mandasse assassinar o outro, tendo até mesmo dividido o palácio imperial em duas seções para que não tivessem como ver ou interagir entre si, explica o livro "A História do Declínio e Queda do Império Romano", de Edward Gibbon.

"Uma forma de governo tão dividida teria sido uma fonte de discórdia entre os irmãos (...). Era impossível que pudesse subsistir por muito tempo entre dois inimigos implacáveis, que não desejavam nem podiam confiar numa reconciliação. Era visível que só um poderia reinar e que o outro deveria cair", registrou Gibbon.

Eles teriam até mesmo decidido, em um momento, dividir o império, mas foram convencidos de não fazer isso pela mãe, explicou Herodiano em "História do Império Romano após Marco Aurélio". Porém, os conflitos entre os dois durariam só até dezembro de 211 d.C.

Nessa época, Caracala pediu à mãe que desse o pontapé para acordos de paz entre ele e o irmão, visto que somente na presença dela os dois se veriam sem a presença de guardas. Geta morreu nos braços de sua mãe naquele dia.

"No meio da conversa, alguns centuriões, que haviam conseguido se esconder, avançaram com espadas desembainhadas sobre o infeliz Geta. Sua mãe distraída se esforçou para protegê-lo em seus braços; mas, na luta infrutífera, ela foi ferida na mão e coberta com o sangue do filho mais novo, enquanto via o mais velho animando e auxiliando a fúria dos assassinos", explicou o autor.

Quadro representando a morte de Geta nos braços de Julia Domna / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Depois disso, o imperador ainda ordenou uma damnatio memoriae contra o irmão. Ou seja, todos os registros sobre o co-imperador deveriam sumir e seu rosto foi arranhado do Severan Tondo, uma representação famosa da família Severo.