O franco-atirador Chris Kyle em janeiro de 2012 - Wikimedia Commons
Crimes

Chris Kyle: atirador mais letal da história militar americana

A história do homem que inspirou o filme indicado ao Oscar, Sniper Americano — e foi assassinado por um ex-soldado

Penélope Coelho Publicado em 18/03/2020, às 17h30 - Atualizado às 18h30

Christopher Scott, também conhecido como Chis Kyle, foi um dos maiores atiradores do exército americano, ele foi reconhecido pelo Departamento de Defesa do Estados Unidos, como o maior franco-atirador da história do país, os registros contam que ele tenha abatido mais de 160 pessoas em campos de guerra.

Nascido em 8 de abril de 1974, em Odessa, Texas. Filho de um diácono da igreja, Kyle cresceu em uma fazenda e viveu uma infância regada a atividades ao ar livre e caça. Por dois anos ele decidiu estudar agricultura na Tarleton State University, em Stephenville, no Texas, mas seu interesse a vida toda foi pela carreira militar.

Ele entrou na Marinha em 1999, onde rapidamente teve acesso ao SEALS, a força de operações especiais da Marinha Americana. Depois de um processo exigente, Kyle foi selecionado e treinado para ser um atirador de elite. Sua carreira militar durou dez anos, e ele serviu em quatro missões de combate no Iraque. Ao longo desse tempo, ele recebeu uma Estrela de Prata, quatro Estrelas de Bronze, duas medalhas de conquista e várias outras condecorações e prêmios pessoais.

Kyle foi dispensado com honra das forças armadas em 2009, e mais tarde em 2012 escreveu o livro best-seller American Sniper: A Autobiografia do Atirador Mais Letal da História Militar dos EUA, onde ele declara “Após a primeira matança, as outras são fáceis.". O livro inspirou o filme lançado em 2014, dirigido por Clint Eastwood, onde Kyle é interpretado pelo ator Bradley Cooper. Mas, o final do longa não corresponde com o trágico fim de Chris.

Morte e Consequências

Em 2 de fevereiro de 2013, quando Chris Kyle tinha 38 anos, ele e seu colega Chad Littlefield foram baleados em um campo de tiro em Forth Worth no Texas. Os seis tiros partiram de Eddie Ray Routh, um ex-fuzileiro naval que tinha uma longa história de doença mental.

 O atirador Chris Kyle em campo de batalha / Crédito: Wikimedia Commons

 

Routh não saiu bem do Iraque, o estresse pós traumático atingiu o homem em cheio, ele já apresentava alguns sinais tênues de loucura, mas isso não impediu que ele fosse mandado para uma missão no Haiti em 2010. Naquele dia, Chris e Chad tinham decidido levar Eddie para fazer terapia em um campo de tiro. 

O soldado confessou os assassinatos alegando doenças mentais, o que não convenceu muito o time de jurados, que decidiram por condenar o homem a prisão perpétua em 24 de fevereiro de 2015, sem liberdade condicional, o resultado veio minutos após o veredito, que ele encarou com frieza.

O julgamento trouxe ainda mais atenção para a história de Kyle. A produção cinematográfica inspirada na história do atirador foi indicada a seis categorias, incluindo a de melhor filme, mas acabou levando somente a estatueta de melhor edição de som. Os cineastas consideraram contar o triste fim do atirador, mas decidiram por omitir uma cena final retratando os assassinatos,  em consideração à viúva de Kyle, Taya e seus filhos pequenos.

O assassinato de Kyle atraiu um grande apoio popular na época, especialmente em seu estado natal, Texas. Nos Estados Unidos muitos acham que Chris é um herói, enquanto outros o consideram um matador frio. Ironicamente, ele foi morto por um colega enquanto estava fora de combate, e não foi capaz de ver a repercussão que sua história teve ao redor do mundo. 


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