Nicolás Pereg foi julgado por ter cometido um duplo homicídio — o assassinato de sua mãe e de sua tia
Fabio Previdelli Publicado em 07/11/2021, às 10h00
Nos últimos dias, o israelense Nicolás Gil Pereg, de 40 anos, chamou a atenção nas redes sociais depois de miar durante seu próprio julgamento, que acontecia na cidade argentina de Mendonza.
Tal motivo o fez ficar conhecido na imprensa mundial como “homem gato”. Com o histórico de brigas e confusões, Pereg, que já chegou a usar a alcunha de Floda Reltih (Adolf Hitler ao contrário), como aponta matéria publicada pela equipe do site do Aventuras na História, estava sendo julgado por ter cometido um duplo homicídio terrível. Conheça mais sobre sua história!
Apesar da imprensa tê-lo apelidado como “homem-gato”, ele é conhecido na Argentina como Nicolás Gil Pereg, porém, esse também não é seu real nome de batismo. Nicolás nasceu em Israel como Gilad Saroussy Pereg.
Ele só ‘assumiu’ uma nova identidade quando desembarcou no país sul-americano, em 2007, segundo apontou matéria publicada pelo periódico argentino Clarín na época do crime. De início, na nação vizinha à nossa, Pereg se estabeleceu no departamento de San Martín. Por lá, dirigiu um pequeno restaurante.
Nessa época, conforme aponta matéria publicada pelo UOL, o sujeito já rejeitava sua nacionalidade (israelense) e, em algumas ocasiões, passou a se apresentar como Floda Reltih — que nada mais é do que Adolf Hitler lido ao contrário. Nicolás também é ex-militar e foi engenheiro eletrônico.
A acusação contra Pereg começou em 2019. Na ocasião, sua mãe Phyria Saroussy, que trabalhava em uma agência de cobranças em Israel; e sua tia, Lily Pereem, uma professora universitária na Austrália, foram visitá-lo e acabaram ‘desaparecendo’ pouco depois do encontro, que ocorreu em 12 de janeiro.
Nicolás ligou para a polícia informando o sumiço delas, explicando que suas familiares haviam deixado sua casa em Guaymaléen de ônibus e iriam até um apartamento que alugaram na capital Mendonza. Mas elas nunca chegaram em tal imóvel.
O caso começou a ser investigado ainda naquele mês e as buscas ocorreram por diversas regiões do país. Até mesmo, segundo aponta o UOL, a suspeita de que elas teriam ido ao Chile foi analisada.
O desaparecimento só passou a ganhar traços de homicídio em uma das revistas feitas pelas autoridades na casa de Pereg. Na ocasião, cães farejadores encontraram manchas de sangue na camisa de Nicolás.
14 dias depois do sumiço, os corpos das mulheres foram encontrados mutilados e cobertos por terra com pedras na casa do israelense. Laudos periciais apontaram que Lily, a tia do sujeito, havia sido baleada três vezes. Já sua mãe fora espancada até a morte.
Ele havia se tornado o único suspeito pelo crime e acabou sendo encaminhado para a prisão de San Felipe. No ano passado, pouco antes do início da pandemia, Nicolás acabou sendo transferido para a enfermaria do hospital público de psiquiatria El Sauce, onde residia desde então. O motivo pelos assassinatos permanece uma incógnita.
Quando Pereg passou a ser investigado, descobriu-se que ele não tinha uma relação muito amistosa com seus vizinhos. As brigas e discussões eram constantes. O israelense os acusava pelo desaparecimento de mulheres e por roubo de propriedade.
De acordo com o Clarín, Nicolás era descrito como um “eremita”, por conta de seu comportamento solitário, além de demonstrar traços de violência e de ser uma pessoa muito temperamental. Fora isso, testemunhas o acusaram de ser um "mentiroso compulsivo, com uma inteligência acima da média”.
Outro ponto que chamou a atenção foi que o homem vivia em uma casa localizada próxima de um cemitério. Seu recinto não tinha muitos imóveis, o que facilitou que os policiais encontrassem armas, um alto valor em dinheiro e alguns animais mortos — e outros dissecados.
Durante o tempo em que ficou preso, Nicolás recebeu a visita de apenas três pessoas, conforme aponta o Clarín: o advogado que fazia parte de uma das empresas que ele criou; um homem que era membro do Tribunal e Ética do Colégio de Arquitetos, que o conheceu após um golpe; e uma mulher, que compartilhava com o réu um amor por gatos. Ela, inclusive, foi a pessoa que mais o visitou, mas nenhum envolvimento amoroso foi relatado.
Na última quarta-feira, 3, Nicolás Pereg foi considerado culpado pelos crimes, como aponta a agência de notícias Reuters. Ele acabou sendo condenado à prisão perpétua pelo duplo assassinato. “Nós, o Júri, consideramos unanimemente o réu Gil Pereg culpado do crime de homicídio”, disse o presidente do júri ao ler a sentença.
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