O valioso tesouro cristão guardaria gotas de sangue recolhidas durante a crucificação, segundo acreditam os fiéis
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 06/08/2022, às 08h00
Na noite de 1° de junho de 2022, a Abadia de Fécamp, um templo beneditino localizado na França, sofreu o roubo de um item de valor imprescindível. Tratava-se do chamado "Preciosíssimo Sangue de Cristo", um relicário feito de ouro e pedras preciosas.
O objeto, que possui a função de guardar tesouros, possui 30 centímetros de altura, e contém dois recipientes de metal onde, segundo acreditam os cristãos, estariam gotas do sangue de ninguém menos que Jesus Cristo. O líquido teria sido recolhido durante a crucificação do messias.
A peça rara permaneceu na abadia durante mais de mil anos, possuindo grande importância simbólica para os peregrinos que vinham visitá-la, de forma que seu roubo foi extremamente impactante para a comunidade católica francesa.
Para piorar a situação, vale mencionar que o relicário foi furtado apenas duas semanas antes do Corpus Christi, uma data dedicada à celebração do santíssimo corpo e sangue de Cristo, e que em 2022 foi comemorada no dia 16 de junho.
Segundo informações repercutidas pela AFP, todavia, o relicário já está a caminho de ser devolvido para o templo onde esteve durante o último milênio. Isso pois, surpreendentemente, os ladrões que surrupiaram o tesouro cristão teriam decidido devolvê-lo cerca de um mês depois.
Os responsáveis pela abdução dos objetos de valor entraram em contato com Arthur Brand, um famoso historiador de arte holandês e investigador que já foi capaz de localizar cerca de 200 peças artísticas saqueadas e devolvê-las aos seus locais corretos.
Ter a maior relíquia, o sangue de Cristo, roubado em sua casa, isso é uma maldição. Quando eles perceberam o que era, que não podia ser vendido, eles sabiam que tinham que se livrar dele", explicou o especialista em entrevista à AFP.
Assim, já que os criminosos não queriam ir pessoalmente à igreja para devolver o objeto, o que seria arriscado, decidiram enviá-lo para alguém que poderia fazer isso por eles.
Já para Brand, a experiência foi positiva, lhe permitindo ter a oportunidade de ficar próximo de um tesouro que supostamente guarda o sangue de Cristo. Ele recebeu o relicário em sua porta, embalado dentro de uma caixa de papelão.
Como católico, este é o mais próximo que você pode chegar de Jesus e do Santo Graal. Foi uma experiência religiosa", relatou ainda.
Outro detalhe é que, junto da peça famosa, houve a devolução de outros saques retirados da mesma igreja, como placas litúrgicas e um cálice.
O detetive holandês contatou as autoridades de seu país, que já avisaram a polícia francesa a a fim de realizar o retorno do Preciosíssimo sangue de Cristo à Abadia Fécamp.
O próximo passo é submeter os objeto e as placas ao exame de especialistas em antiguidades, verificando assim se são autênticos, algo a respeito do qual Brand se mostrou otimista:
"Não tenho dúvidas de que é a coisa real. Objetos religiosos são quase impossíveis de falsificar", afirmou à AFP, expressando ainda o desejo de que o sagrado relicário prossiga intocado e sob posse do templo durante o próximo milênio, onde os fiéis podem visitá-lo.
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