'Senti como se estivesse em uma prisão', revelou a atriz através de cartas, enquanto tentava lutar contra a depressão
Penélope Coelho Publicado em 24/09/2020, às 13h35
O início da década de 1960 foi um período extremamente complicado para a mulher considerada um dos maiores símbolos de Hollywood, nessa época, Marilyn Monroe tentava a todo custo manter sua imagem intacta, porém, era claro que algo não estava certo.
Após uma grande crise no casamento, a estrela se separou de Arthur Miller, em 11 de novembro de 1960, nesse período, Monroe se afundou no vício em medicamentos e enfrentou a depressão.
Em uma tentativa de ajudar a amiga — que mais tarde viria a ser considerada errônea — sua psiquiatra Marianne Kris sugeriu a internação de Marilyn na Clínica Psiquiátrica Payne Whitney, em Nova York, ali, a atriz viveu momentos de terror.
Confira a seguir 5 fatos sobre a estadia da intérprete.
1. Erro inicial
A intenção de Marianne Kris era boa, no entanto, a mulher cometeu um grande equívoco ao internar uma das maiores estrelas do cinema em uma instituição especial para pessoas que lidavam com doenças mentas graves, por exemplo, psicose. Em Payne Whitney, Marilyn passou um curto período, contudo, foram dias angustiantes o suficiente para marcá-la para sempre.
2. Uma verdadeira prisão
Em correspondências que a atriz escreveu para seu psiquiatra, Dr. Ralph Greenson, a estrela descreve momentos chocantes de sua estadia na clínica. Na ocasião, a mulher foi trancada em uma cela e não tinha o direito de sair do local, ou, nem mesmo ser remanejada para uma área mais adequada para o tipo de problema que enfrentava.
De acordo com Monroe, a clínica contava com um tratamento frio e sem empatia, segundo a intérprete, sua cela era feita com "blocos de cimento e tudo, para pacientes perturbados e depressivos". Marilyn continuou dizendo: "Eu senti como se estivesse em uma prisão por um crime que eu não havia cometido [...] A desumanidade era arcaica".
Os pacientes eram trancados na cela e tudo permanecia fechado: gavetas, banheiros e armários. Existiam janelas, porém, eram cobertas com barras de ferro. Mas, por sua vez, as portas continham aberturas, assim, a norte-americana conseguia ver tudo o que acontecia com seus companheiros de clínica. "A violência e as marcas dos ex-pacientes ainda permanecem nas paredes", relatou.
3. Rebeldia
Para tentar escapar do local, ou, pelo menos ser escutada, Norma Jeane (verdadeiro nome da atriz), tomou a iniciativa de se inspirar na personagem que ela interpretou em um de seus filmes, Almas Desesperadas (1952).
Na obra, Monroe interpretou uma jovem problemática, com tendências ao suicídio, por isso, ela decidiu usar seu talento na atuação a seu favor para tentar chamar a atenção das autoridades de Payne Whitney:
"Peguei uma cadeira leve e a massacrei contra o vidro intencionalmente. Foi algo difícil de fazer, pois nunca tinha quebrado nada na vida", contou a atriz na carta. Além disso, Marilyn também proferiu ameaças à equipe médica, dizendo que iria machucar a si mesma caso eles não a soltassem. Contudo, segundo a correspondência, nada passou de um blefe, que por fim, não teve a reação desejada pela estrela.
4. Privações
Quanto mais a mulher se rebelava, mais seu tratamento seguia piorando, através das cartas ao amigo Greenson, Monroe contou que viveu situações que jamais esperava ter que enfrentar na vida, quando várias vezes, foi forçada a tomar banho, perdendo completamente sua privacidade e liberdade.
Além disso, a quantidade das medicações aumentava na tentativa de ‘conter’ a atriz. Porém, após quatro dias desesperadores que Marilyn passou em Payne Whitney, o pesadelo estava prestes a acabar, graças ao seu segundo marido Joe DiMaggio.
5. Liberdade parcial
Preocupado com a situação da estrela, DiMaggio foi até a clínica exigindo que a mulher fosse liberada do hospital de imediato, mesmo antes da liberação por parte dos médicos. O que com esforço, ele conseguiu realizar.
Contudo, engana-se quem pensa que após sua saída daquele terrível local, Monroe estava livre. A verdade é que a mulher ainda enfrentava a depressão e precisava de uma ajuda médica, porém, dessa vez adequada. Por isso, Marilyn foi transferida para o Centro Médico da Universidade de Columbia, onde passou 23 dias para tratar a exaustão física e mental que vivenciava.
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