Apelidado de Zlatý kůň, mulher Homo sapiens teve parte do rosto devorado por algum animal após sua morte
Fabio Previdelli Publicado em 03/08/2023, às 10h34
Uma equipe internacional de acadêmicos da Austrália, Itália e Brasil acabou de recriar o rosto daquele que se acredita ser o "humano mais velho" a andar na Terra — uma mulher que viveu há 45.000 de anos.
O trabalho foi feito usando um modelo digital de seu crânio quebrado, encontrado em nove pedaços em uma caverna búlgara chamada Bacho Kiro, em 1950. Os pesquisadores acreditam que parte da face da mulher foi devorada por algum animal após sua morte.
"Este animal poderia ter sido um lobo ou uma hiena ([ambos estavam] presentes na fauna da época)", explicou o designer brasileiro Cícero Moraes, coautor do estudo, ao Live Science.
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Segundo o DailyMail, a equipe não teve acesso ao crânio antigo, portanto, foram usadas as medições já registradas e imagens de referência — um trabalho muito semelhante ao que resultou na recriação da face de Tutancâmon.
Sobre a personagem por trás desta história, a mulher foi apelidado de Zlatý kůň (ou 'cavalo dourado' em tradução livre do tcheco). Ela estava entre os primeiros Homo sapiens a viver na Eurásia depois que nossa espécie migrou da África — seu genoma carregava cerca de três por cento de ancestralidade Neandertal.
Zlatý kůň é considerada um humano moderno, visto que ela tinha um cérebro muito maior em comparação a nossos ancestrais. Entre suas características faciais, chama a atenção a robustez de seu rosto.
O que mais chamou a atenção foi a robustez da estrutura [da face], principalmente da mandíbula [maxilar inferior]", disse Moraes.
"Quando [os arqueólogos] encontraram o crânio, os primeiros especialistas que o analisaram pensaram que era um homem, e é fácil entender o porquê: o crânio tinha características muito compatíveis com o sexo masculino das populações atuais — o que incluem uma mandíbula 'robusta'", completou.
Para recriar a face, a equipe se baseou em imagens do crânio de 2018, disponível em uma publicação aberta, e recriou um crânio digital que se assemelhava muito a Zlatý kůň; usando modelos de outros 30 crânios de diferentes ancestrais para preencher as lacunas.
O processo de uso de imagens e medições registradas é conhecido como aproximação facial — usado em estudos forenses — trata-se da previsão de um rosto de um crânio sem conhecimento prévio da aparência facial real do falecido antes de morrer.
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