Abalos sísmicos dos últimos dias resultaram em mais de 19 mil mortes entre Turquia e Síria
Fabio Previdelli Publicado em 09/02/2023, às 13h06
Nesta quinta-feira, 9, o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan disse que as mortes no país por conta dos devastadores terremotos ocorridos no domingo, na segunda e na terça-feira passada, respectivamente dias 5, 6 e 7, já ultrapassaram a casa dos 16 mil. Desta forma, combinado com a Síria, outro país atingido pelos tremores, as vítimas fatais conhecidas até agora superam 19 mil.
Segundo especialistas ouvidos pelo Daily Mail, os terremotos foram tão maciços que acabaram deslocando a placa tectônica do país em até três metros. A Turquia está situada em grandes falhas que fazem a fronteira com a Placa da Anatólia, Placa da Arábia e Placa da Eurásia. Portanto, a região é propensa a atividade sísmica.
Estima-se que um trecho de 225 quilômetros de falha entre a Placa da Anatólia e a Placa da Arábia se rompeu com o último abalo. O sismólogo italiano Carlo Doglini apontou que, como resultado do terremoto, a Turquia poderia ter ‘escorregado’ entre “cinco a seis metros em relação com a Síria”. O número, porém, havia sido estimado em dados iniciais.
Já Bob Holdsworth, professor de geologia estrutural na Universidade de Durham, na Inglaterra, disse que o deslocamento das placas foi "perfeitamente razoável", dada a magnitude do terremoto.
Existe uma relação bastante previsível e amplamente documentada entre a magnitude de um terremoto e o deslocamento típico que ocorre”, apontou.
“Como regra geral, um evento de magnitude 6,5 a 6,9 está associado a um deslocamento de cerca de um metro — enquanto os maiores terremotos conhecidos podem envolver deslocamentos de 10 a 15 metros”.
Holdsworth ainda explicou que os deslizamentos na Turquia são falhas progressivas que envolvem, de maneira geral, deslocamentos horizontais. Sendo assim, a região ter ‘escorregado’ de 3 a 6 metros não é chocante.
Compensações horizontais desse tipo podem levar ao rompimento de grandes infra-estruturas subterrâneas e de superfície, incluindo redes de água, cabos de eletricidade, gasodutos e túneis”, acrescentou o professor.
Bob também aponta que o terremoto pode causar rupturas de superfície, ocasionando deslocamento de estradas, rios e outros recursos; incluindo estruturas construídas. “Tudo isso se soma aos danos causados por tremores, liquefação de sedimentos moles em vales/bacias e deslizamentos de terra”.
Segundo explica o Daily Mail, a maior parte da massa terrestre da Turquia fica na placa de Anatólia, que está sendo espremida entre outras três grandes placas: ao norte pela euro-asiática, ao sul pela africana e ao leste pela árabe.
Isso cria duas grandes linhas de falhas, chamadas de Anatólia Oriental e a Anatólia Norte, tornando o local propenso a atividades sísmicas. Os terremotos de segunda-feira atingiram a extremidade sudoeste da linha de falhas da Anatólia Oriental, que possui cerca de 700 quilômetros de extensão.
O primeiro tremor atingiu a magnitude 7,8 a uma profundidade de cerca de 18 quilômetros, enquanto o segundo — ocorrido nove horas depois — teve uma magnitude 7,5 a 10 quilômetros do solo.
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