Rocha inédita mostra pegada de dinossauro em relevo - Divulgação/UFRGS
Rocha inédita mostra pegada de dinossauro em relevo - Divulgação/UFRGS
Paleontologia

Pesquisadores encontram pegada de dinossauro com 'preservação inédita' no RS

Pesquisadores da UFRGS realizaram um estudo sobre novas pegadas de dinossauros do período Jurássico encontradas no Brasil

Luiza Lopes sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 26/03/2025, às 11h12

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realizaram um estudo sobre novas pegadas de dinossauros do período Jurássico encontradas no Brasil.

O achado inclui a melhor preservação já registrada no país, com uma marca pertencente a um terópode, um grande dinossauro bípedo, e outra de um Ankylosauria, herbívoro, quadrúpede, de membros curtos e poderosos, ambas localizadas na Formação Guará.

A conservação dessas pegadas permite observar detalhes antes desconhecidos, como o relevo, a morfologia com três dedos e a impressão de uma garra, que indicam tratar-se de um dinossauro carnívoro de andar bípede. 

As rochas do Jurássico têm poucos registros no Brasil. Leva tempo para o material ser estudado pelos alunos. Uma pegada tão preservada traz informações que não tínhamos, como a morfologia da pata e o tamanho do animal”, explicou a paleontóloga Paula Francischini, uma das orientadoras do estudo, ao jornal O Globo.

As descobertas ocorreram a partir de 2018, durante visitas técnicas à cidade de Rosário do Sul (RS). No entanto, foi somente agora que o artigo, que faz parte da pesquisa de doutorado do paleontólogo Denner Cardoso, foi publicado no Journal of South American Earth Sciences.

“As outras pegadas estão muito erodidas, como se fossem desenhos em 2D, e as morfologias são vistas com menos detalhes. Nesta, conseguimos ver muito bem todo o seu relevo, inclusive a marca de garra, que nem sempre dá pra ver por conta da erosão", acrescentou Cardoso em comunicado divulgado pela universidade.

 

Biodiversidade

O estudo destaca que essas impressões "lançam luz sobre a biodiversidade dos dinossauros na América do Sul", especialmente nas terras gaúchas

Quando estudamos a história dos dinossauros, independentemente de qual parte do mundo você esteja, é impossível não falar do RS. Aqui temos uma riqueza muito grande desses grupos, os dinossauros mais antigos do mundo são do nosso estado; temos muito material bom do Período Triássico e cada vez mais surgem materiais do Jurássico”, afirmou Cardoso em nota.

Paula destacou que pesquisas como essa, realizadas nas universidades federais, permitem aos pesquisadores determinar a idade da rocha e, assim, identificar o período geológico ao qual o fóssil pertence.

“Isso nos dá informações muito importantes para nos ajudar a encontrar petróleo, por exemplo. Esse fóssil é como se fosse uma das peças do quebra-cabeça para encontrarmos os recursos naturais no planeta", diz ela.

Outra função dos fósseis é ajudar os cientistas a compreenderem a evolução da vida na Terra e dos comportamentos dos dinossauros diante das mudanças climáticas que ocorreram. “São informações que nos ajudam a entender o que vai acontecer com a Terra de agora em diante, com a crise climática”, acrescentou a pesquisadora.

O acervo pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, no Museu de Paleontologia da UFRGS, no Campus do Vale.

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