Elefante fêmea com seus dois filhotes - Divulgação/Palmqvist et.al
Arqueologia

Pesquisadores encontram armadilha de areia movediça pré-histórica

Armadilha foi encontrada por pesquisadores da Universidade de Málaga, na Espanha, em um "cemitério de elefantes"

Giovanna Gomes Publicado em 16/07/2024, às 11h05

Pesquisadores da Universidade de Málaga, na Espanha, descobriram que o sítio arqueológico do Pleistoceno Inferior de Orce, conhecido como “cemitério de elefantes”, esconde uma armadilha natural pré-histórica de areia movediça que levou à morte desses grandes mamíferos. O estudo detalhando essa descoberta foi publicado na revista científica Journal of Iberian Geology.

Localizado na margem nordeste da Depressão de Guadix-Baza, em Granada, o sítio de Fuente Nueva 3 contém algumas das primeiras evidências de ancestrais humanos na Europa Ocidental, incluindo pedras trabalhadas por hominídeos antigos há 1,4 milhão de anos. O local também abriga manuportes, pedras não modificadas usadas como ferramentas para quebrar ossos e obter tutano de animais, ou como armas para afugentar hienas.

Fósseis

De acordo com o portal Galileu, sítio preserva fósseis de grandes mamíferos, alguns com marcas de esfolamento e abate provavelmente feitas por humanos, além de marcas de dentes deixadas por carnívoros.

Os professores de paleontologia Paul Palmqvist e María Patrocinio Espigares, da Universidade de Málaga, lideraram a investigação, que revelou a presença de grandes herbívoros, principalmente mamutes extintos.

Os pesquisadores analisaram diferenças na composição dos animais preservados em duas camadas arqueológicas diferentes e estudaram a sedimentologia, observando o tamanho das partículas do solo. Eles encontraram predominância de siltes e argilas nas camadas 2 e 3 do nível inferior e areias finas na camada 5 do nível superior.

Esses sedimentos de areia fina, depositados próximo ao lago que existia na região, também poderiam conter água ligeiramente salina. Essa mistura indica que as áreas poderiam ter funcionado como areias movediças, onde animais maiores ficaram presos", afirmam os cientistas.

Segundo eles, o peso dos grandes herbívoros fazia com que ficassem presos na areia movediça, atraindo carniceiros como hienas e humanos, que se alimentavam dos cadáveres e deixavam vestígios de sua presença, como conjuntos líticos e coprólitos (excrementos fossilizados de hienas).

A descoberta pode ajudar a entender as estratégias de subsistência dos antepassados humanos e a competição com grandes hienas carniceiras pelo acesso à carne.

+ Confira aqui o estudo completo.

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