Acusada de "divulgar informações falsas" sobre os militares russos, médica de 68 anos é demitida após conversa com paciente
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 12/11/2024, às 14h49
A Justiça russa proferiu uma sentença que tem gerado grande repercussão internacional. Nadejda Buïanova, uma pediatra de 68 anos, foi condenada a cinco anos e meio de prisão nesta terça-feira, 12. Ela foi acusada de criticar a ofensiva russa na Ucrânia durante uma consulta médica.
O caso teve início em janeiro, quando Anastasia Akinchina, mãe de um paciente da médica e companheira de um soldado desaparecido na Ucrânia, a denunciou. Akinchina alegou que a pediatra teria feito comentários negativos sobre o exército russo e sobre a guerra, qualificando os soldados ucranianos como "alvos legítimos".
Buïanova nega veementemente as acusações, classificando a mãe do paciente como uma pessoa "instável" e afirmando que a consulta ocorreu de forma tranquila. Após a denúncia, a médica foi demitida do hospital onde trabalhava e, em seguida, presa sob a acusação de "divulgar informações falsas" sobre os militares russos.
A condenação de Nadejda é mais um exemplo da crescente repressão contra críticos do governo russo e da guerra na Ucrânia. Desde o início da ofensiva militar, em fevereiro de 2022, inúmeras pessoas têm sido presas e condenadas por crimes como espionagem, traição, sabotagem e extremismo, muitas vezes com base em acusações vagas e provas frágeis.
Segundo 'O Globo', a sentença da pediatra gerou indignação na comunidade internacional e entre organizações de defesa dos direitos humanos, que denunciam a perseguição política na Rússia e a violação da liberdade de expressão.
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