Papa é criticado pela Ucrânia após lamentar a morte de filha do guru de Putin

Durante a audiência semanal desta quarta-feira, 24, o Papa Francisco fez um comentário em referência à morte da russa Darya Dugina, filha de Alexander Dugin, homem conhecido como "o guru" de Vladimir Putin. 

A mulher de 29 anos faleceu no último sábado, 20, após seu carro explodir enquanto dirigia de volta para casa após um evento. O serviço de inteligência da Rússia culpa o governo ucraniano pelo atentado, enquanto o segundo nega envolvimento com a explosão. 

Penso na pobre menina que foi explodida por uma bomba colocada sob o assento do carro em Moscou. Os inocentes pagam o preço da guerra, os inocentes! Pensemos nessa realidade e digamos um para o outro: a guerra é uma loucura. E aqueles que ganham com a guerra e com o comércio de armas são delinquentes que assassinam a humanidade", afirmou o pontífice, conforme repercutido pela Reuters. 

As mensagens contrárias ao conflito da Rússia contra a Ucrânia, que já dura seis meses, já são comuns nos discursos de Francisco. Sua referência à Darya, todavia, foi vista com maus olhos por Kiev. 

Repercussão 

Andrii Yurash, o embaixador da Ucrânia no Vaticano, respondeu de forma negativa ao pronunciamento do pontífice através de sua conta oficial do Twitter. 

O discurso de hoje do Papa foi decepcionante e me fez pensar em muitas coisas. Não se pode colocar na mesma categoria agressor e vítima, estuprador e estuprador (...) Como é possível mencionar uma das ideólogas do imperialismo russo como uma vítima inocente? Ela foi assassinada pelos russos como uma vítima sagrada e agora é um escudo de guerra", escreveu o representante do governo ucraniano.