Mais de um século após o voo histórico do 14 Bis, Alberto Santos Dumont foi homenageado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Giovanna Gomes Publicado em 30/10/2024, às 08h10
No ano de 1909, um ano após o voo histórico do 14 Bis, Alberto Santos Dumont criou o Demoiselle, seu primeiro avião fabricado em série. O nome, que significa "donzela" em francês, foi inspirado pela aparência delicada da aeronave e pela graciosidade com que voava, semelhante às libélulas, conhecidas como "demoiselles" na França.
Mais de um século depois, o cientista homenageado deu nome a uma nova espécie de libélula brasileira, a Cyanallagma demoiselle, descrita por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na revista International Journal of Odonatology.
"O que fizemos, de certa forma, foi homenagear com o nome de uma libélula a homenagem de Santos Dumont às próprias libélulas", comentou Emanuella Denck, coautora do estudo, segundo informações do portal Galileu.
A descoberta começou há cerca de dez anos, quando Ângelo Parise Pinto, coordenador do Laboratório de Sistemática de Insetos Aquáticos (Labsia) da UFPR, coletou os primeiros exemplares no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, em São Paulo.
A Cyanallagma demoiselle possui asas finas e translúcidas, que lembram as nervuras do Demoiselle de Santos Dumont. Apresenta dimorfismo sexual: machos têm coloração azul-esverdeada e fêmeas, tons esverdeados. A espécie destaca-se pela combinação única de traços de outras libélulas do gênero, como a coloração e a forma dos apêndices do abdômen.
“Chamou a atenção que ela apresenta estruturas muito similares às de outras espécies, mas de forma misturada, como uma espécie de quimera”, explicou Denck.
Parte do grupo de insetos aquáticos, as libélulas desempenham papel essencial no equilíbrio ecológico, controlando populações de invertebrados e pequenos vertebrados. Além disso, são bioindicadores de qualidade da água e saúde dos ecossistemas, conforme destaca Juliana Ehlert, pesquisadora do estudo.
O Labsia atua na identificação de novas espécies, ampliando o conhecimento sobre a biodiversidade da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e ameaçados. O projeto também investiga ordens pouco conhecidas, como os opiliões e efemerópteros.
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