Os dados coletados demonstram uma situação preocupante no país e apontam disparidades entre regiões
Penélope Coelho Publicado em 12/06/2021, às 09h37
Na última sexta-feira, 11, uma das mais prestigiadas revistas de ciência do mundo, The Lancet, publicou um estudo sobre a análise na taxa de mortalidade de menores de 20 anos infectados pelo novo coronavírus.
A pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostra dados preocupantes em solo brasileiro. As informações são do G1. De acordo com a publicação, a taxa de mortalidade entre crianças e adolescentes infectados pela Covid-19 no Brasil é sete vezes maior do que em nações desenvolvidos.
A pesquisa aponta que das pessoas menores de 20 anos que foram infectadas pelo vírus e acabaram internadas, 7.5% não resistiram e faleceram. No Reino Unido, a mesma situação aponta índice de morte de 1%.
O estudo demonstra que as regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores taxas de morte nessa faixa etária, enquanto as menores foram registradas na região Sudeste.
Acredita-se que a diferença tenha ocorrido em decorrência das novas variantes do vírus, além da falta de estrutura hospitalar e das disparidades econômicas entre as regiões do Brasil.
"Existe um déficit no nosso país em relação à atenção. Algumas regiões são desprovidas de determinados recursos. O acesso, quando a criança precisa de ventilação mecânica, vaga em UTI, algumas regiões têm restrição em relação a isso. Então a gente viu que, realmente, isso impacta em uma taxa de óbito mais elevada mesmo”, explica a professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Ana Cristina Simões e Silva, envolvida no estudo.
De acordo com as últimas informações divulgadas pelos órgãos de saúde, atualmente, o Brasil registra 17,3 milhões de pessoas infectadas, e as mortes em decorrência da doença já chegam em 484 mil no país.
Em 1º de dezembro de 2019, o primeiro paciente apresentava sintomas do novo coronavírus em Wuhan, epicentro da doença na China, apontou um estudo publicado na revista científica The Lancet em fevereiro deste ano.
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