Medida foi anunciada após customização de camisas ser criticada pela ausência de termos das religiões de matrizes africanas
Redação Publicado em 16/11/2022, às 14h03 - Atualizado em 20/11/2022, às 09h00
Após o lançamento pela Nike da nova coleção de camisas da seleção brasileira em agosto, muitas postagens nas redes sociais chamaram atenção para o fato de que uma série de palavras ligadas a religiões de matrizes africanas aparecem como “indisponíveis” no serviço de customização que é oferecido pela marca.
Os internautas apontaram que os termos “Jesus” e “Cristo” estavam liberados, enquanto “Exu” e “Ogum” não puderam ser inscritos na camisa. A discussão de tal prática configurar discriminação religiosa levou um funcionário público a enviar ao Ministério Público Federal uma representação que solicitou a apuração do caso.
No último dia 11, o MPF se reuniu com a Fisia, distribuidora da Nike no Brasil, e firmou acordo com a empresa. A companhia se comprometeu a garantir que a política de marketing da marca não seja praticada de maneira que possa indicar discriminação religiosa.
A decisão significa que, na prática, os termos ligados a religiões de matrizes africanas ainda estão “indisponíveis” para aqueles que quiserem customizar suas camisas, mas isso agora é também o caso de vocábulos relacionados a quaisquer outras religiões.
Segundo o G1, pouco após a polêmica ter surgido, as palavras "Jesus" e "Cristo" já tinham sido incluídas na lista de termos de uso vedado. A empresa também se comprometeu a “aperfeiçoar” a lista de termos proibidos, assim como a criar um canal de comunicação para receber alertas e reclamações de consumidores.
Além das palavras de cunho religioso, a lista de termos “indisponíveis” do site da Nike inclui palavrões, nomes de políticos e vocábulos de cunho racista.
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