Casos anteriores, que já foram extintos ou arquivados, vão desde golpes na internet até cárcere privado; muitos deles estão atrelados à Lei Maria da Penha
Fabio Previdelli Publicado em 31/01/2023, às 15h12
Levado a uma delegacia por conta de suas tatuagens nazistas e racistas, Roberto Alexandre Carneiro Campos Francesconi, de 61 anos, foi liberado sem maiores complicações. Entretanto, sua ficha criminal é bem complexa.
Segundo o UOL, os crimes vão desde golpes na internet até injúria e cárcere privado. O primeiro deles foi registrado em 2003, que diz respeito a uma ameaça e lesão corporal leve. Grande parte dos crimes, além disso, estão enquadrados no âmbito da lei Maria da Penha.
Ainda de acordo com a reportagem, todas as investigações contra Roberto Alexandre correram em sigilo. Porém, nem todas chegaram à Justiça. Não há mais informações sobre elas, exceto que todas foram arquivadas ou extintas nos últimos anos.
Vizinhos do sujeito disseram que já virou algo ‘comum’ a visita de policiais ao seu apartamento. Nas redes sociais, Francesconi alega trabalhar como segurança, mas usuários relatam que ele aplica golpes no Facebook e Instagram.
Ao UOL, duas vítimas apontaram que o sujeito anunciava móveis antigos com preços promocionais, mas que desaparecia após receber um valor de sinal, geralmente entre 500 e mil reais. As transferências por pix são destinadas a uma conta com seu CPF.
Roberto Alexandre também recebeu R$ 4.500 em 16 parcelas do auxílio emergencial e R$ 3.666 em 13 parcelas do Auxílio Brasil. O sujeito ainda teve disponibilizado mais de 1.400 reais pelo Bolsa Família, mas o dinheiro nunca foi retirado. Após as denúncias, ele excluiu suas redes sociais.
Um homem com tatuagens nazistas e racistas foi conduzido a uma delegacia e liberado logo em seguida no Rio de Janeiro. Apologia ao nazismo é crime de acordo com a lei n° 9.459/97, e a pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão.
O homem tinha entre suas tatuagens uma suástica, símbolo usado pelo Partido Nazista, e um sol negro, que também é usado em referência ao nazismo. A terceira tatuagem era a frase “white pride” (“orgulho branco”).
O registro da ocorrência foi postado por Leonardo Guimarães, e nele o policial que atendeu o caso deu definições da suástica e do sol negro sem citar sua ligação ao nazismo e a Adolf Hitler no século 20, tentando dar explicações mitológicas para as tatuagens. A tatuagem racista nem sequer foi incluída no registro.
Leonardo Guimarães, que é pós-graduando em Justiça e Segurança Pública na UFF, avistou as tatuagens e chamou a polícia para resolver o caso. Ele afirma que foi chamado de “comunista gayzista estudantezinho” pelo inspetor, que teria pedido desculpa ao apologista nazista e dito que ele poderia usar o que quisesse.
Ao questionar a posição do policial, explicando que o STF dizia que aquilo não era liberdade de expressão e sim crime, Guimarães teria ouvido do inspetor, de acordo com entrevista concedida ao UOL:
Que se f*da o STF. O STF fica legislando, não tenho nada a ver, ele não manda nessa delegacia”.
Para o UOL, a Polícia Civil do Rio nega que tenha sido feita “qualquer opinião ou ofensa” por parte dos agentes da 9ª DP da Polícia Civil carioca.
O post onde Leonardo Guimarães fez a denúncia está no Twitter. Confira:
Levei um cara com uma suastica, um sol negro e um "white proud" tatuados no braço pra delegacia. O cara que me atendeu é bolsonarista, pediu desculpa pro nazista, disse q ele pode usar o que quiser e disse que sou comunista gayzista estudantezinho pic.twitter.com/nqZ98OXyNN
— Leonardo Guimarães (@Leo_guimaraes65) January 28, 2023
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