Em artefato, o curador Irving Finkel encontrou ilustrações e instruções para um ritual
Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/10/2021, às 19h43
Analisado pelo curador Irving Finkel do Museu Britânico, em Londres, junto de um texto descrevendo um ritual, o desenho mais antigo de um espírito faz parte de um tablete de argila babilônico de mais de 3.000 anos, adquirido no século 19.
A identificação aconteceu durante uma investigação para o novo livro do profissional, que será lançado ainda neste ano, intitulado "The First Ghost: Most Ancient of Legacies", O Primeiro Fantasma: O Legado Mais Antigo de Todos, em tradução livre para português.
“Você provavelmente nunca pensaria nisso, porque a área onde os desenhos estão parece não ter escrita. Mas quando você o examina e o segura sob uma lâmpada, essas figuras saltam sobre você através do tempo da maneira mais surpreendente. É um objeto do Guinness Book of Records porque como alguém poderia ter o desenho de um fantasma que era mais velho? ”, explicou o pesquisador ao The Guardian.
Segundo o escritor, as ilustrações descrevem uma mulher puxando um fantasma masculino com uma corda.
“É obviamente um fantasma masculino e ele está infeliz. Você pode imaginar um fantasma alto, magro e barbudo andando pela casa irritando as pessoas. A análise final foi que o que esse fantasma precisava era de uma amada”, explicou.
Já o texto, na outra face do tablete, relata um ritual para a expulsão de um espírito, que seria especialmente incômodo. A solução? Dar a figura do além um companheiro para o pós-vida, como descreve o item.
O 'exorcista' que pretende cumprir o rito deve elaborar duas estatuetas de barro, um homem e uma mulher, e equipá-las com itens de viagem para o homem; além de mobília para a mulher. Após isso, deve vesti-los com roupas específicas. O texto também pede que as figuras sejam enterradas uma ao lado da outra, ao nascer do sol.
Depois, equipados com algumas especiarias e recursos, o exorcista deve chamar o deus babilônico do sol Shamash, responsável pelo julgamento de almas no submundo. Assim, o espírito seria transferido para os itens.
Finalmente, mas não menos importante, “não olhe para trás” quando terminar o ritual, avisam as inscrições do tablete.
"As pessoas que saem dessas páginas (do livro) não parecem construções de museu; não parecem esquisitos de outro planeta; parecem pessoas que reconheceríamos", diz Finkel, conforme repercutido pela Live Science.
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