O ex-soldado Ben Roberts-Smith - Wikimedia Commons / Nick-D
Crimes de guerra

Ex-soldado australiano perde processo contra jornalistas que revelaram crimes de guerra

Militar foi acusado de uma série de crimes de guerra durante período em que atuou no Afeganistão

Giovanna Gomes Publicado em 01/06/2023, às 10h31

O ex-soldado Ben Roberts-Smith, famoso veterano de guerra australiano, sofreu nesta quinta-feira, 1, uma derrota em um processo de difamação movido contra três jornais australianos e os jornalistas que denunciaram crimes de guerra no Afeganistão.

As reportagens, que foram publicadas em 2018 pelos jornais The Sydney Morning Herald, The Age e The Canberra Times, acusaram Roberts-Smith, soldado das forças especiais, de usar força contra afegãos desarmados de maneira "insensível e desumana", conforme destacou a sentença do juiz federal Anthony Besanko.

O veredicto desfavorável a Roberts-Smith foi encarado como uma vitória para a liberdade de imprensa, de acordo com informações do portal MediaTalks.

Com 44 anos de idade, o veterano recebeu as mais altas condecorações militares do país por suas ações durante seis missões no Afeganistão. Também vale destacar que, em 2022, o militar foi um dos convidados para o funeral da rainha Elizabeth II.

Processo por difamação

O processo por difamação, de acordo com a fonte, buscava reparação por reportagens sobre o Afeganistão, bem como sobre bullying e violência doméstica. No entanto, as acusações relacionadas aos crimes de guerra são as mais graves, sendo que os jornalistas revelaram que o ex-soldado teve participação direta no assassinato de seis afegãos.

Uma das vítimas seria um adolescente afegão desarmado, que levou um tiro. Além disso, o ex-soldado também teria chutado um homem algemado de um penhasco, ordenando que fosse morto a tiros posteriormente.

Os jornais ainda relataram que ele pressionou um soldado australiano de patente inferior a executar um afegão idoso e desarmado para "dar uma lição ao novato".

Outro caso mencionado foi o da morte de um afegão com uma perna protética. De acordo com o juiz, Roberts-Smith foi "tão insensível e desumano que trouxe a perna protética de volta para a Austrália e encorajou seus soldados a usá-la como caneca para beber cerveja".

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