Um tribunal alemão sentenciou Bruno Dey, de 93 anos, por ser cúmplice em múltiplos extermínios em nome do Terceiro Reich
Vanessa Centamori Publicado em 24/07/2020, às 11h39
Nesta última quinta-feira, 23, o tribunal alemão de Hamburgo sentenciou o ex-guarda nazista, Bruno Dey, de 93 anos, por ser cúmplice em 5.232 mortes, enquanto servia para o Terceiro Reich aos 17 anos de idade.
Dey trabalhava no campo de extermínio de Stutthof, perto de Gdansk, na Polônia. No local morreram pelo menos 100 mil prisioneiros, a maioria judeus. Por seus crimes, o ex-guarda nazista terá que cumprir 2 anos de prisão, sob liberdade condicional.
Bruno Dey operou entre gosto de 1944 e abril de 1945 e admitiu que conhecia na época o plano do Terceiro Reich de exterminar os judeus. O caso dele pode ser possivelmente o último julgamento referente ao nazismo, uma vez que grande parte das testemunhas e acusados hoje em dia são de idade avançada.
Na última segunda-feira, durante uma audiência prévia anterior à sentença, Dey pediu perdão "a todas as pessoas que passaram por esse inferno", referindo-se aos familiares e descendentes do holocausto. Ele também afirmou que não era voluntário, mas recrutado pela SS para servir no campo de extermínio. Durante décadas, o ex-guarda teve uma vida normal na Alemanha, sem entraves com a Justiça.
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