Esqueleto encontrado em Guaribas, no Sul do Piauí, tinha consigo fragmento de cerâmica, e braceletes e colar de ossos
Redação Publicado em 13/09/2023, às 11h30
Recentemente, arqueólogos parceiros da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenterraram na zona rural de Guaribas, próximo ao Parque Nacional Serra das Confusões, um esqueleto que sugere grande importância atribuída à região por antigos indígenas.
Conforme descrito pelo g1, o esqueleto pertenceu a um indivíduo adulto, de meia idade, deitado em posição com os braços cruzados e um fragmento de cerâmica cobrindo o rosto. Além disso, ele foi sepultado com dois braceletes e um colar, todos feitos a partir de contas de osso polido.
"Esse uso de cerâmica em sepultamentos indígenas acontecem em diferentes estados. Já foram resgatados assim na Bahia, Sergipe, Pernambuco... É uma das formas como enterravam seus mortos", explica a professora do Laboratório de Osteoarquelogia (LOA) da UFPI, Cláudia Cunha.
Apesar de possível concluir que o indivíduo recém-descoberto tenha passado por um enterro tradicional indígena, ainda não foi possível identificar a causa de sua morte. Agora, o esqueleto foi levado para Teresina, capital do Piauí, onde será limpo e estudado.
Antes do esqueleto encontrado recentemente, a região havia sido palco da descoberta dos restos mortais de outro indígena antigo, uma adolescente enterrada junta ao crânio de uma anta. Vale pontuar ainda que o local onde ambos os esqueletos foram encontrados se encontra diante de um paredão rochoso com centenas de desenhos gravados.
Todos esses indícios, para a professora Cláudia Cunha, sugerem que o local poderia ter sido, no passado, uma espécie de necrópole — um 'templo' religioso ao ar livre, sagrado para aquela comunidade indígena, onde os mortos eram enterrados.
"É mesmo um sítio especial. Não sabemos ainda o contexto em que as gravuras eram feitas, mas não eram coisa mundana: têm um significado religioso, simbólico. E o fato de fazerem do cemitério um sítio de arte rupestre, ou vice-versa, reforça a ideia de que é um lugar especial, como um templo", explica.
Além dos dois esqueletos, ali também já foram desenterradas ferramentas e outros materiais que, quando forem estudados mais profundamente, podem revelar mais aspectos importantes da vida desse grupo. Os ossos da adolescente, no caso, foram enviados à França após sua descoberta, para tentarem descobrir há quanto tempo ele foi enterrado — pesquisas iniciais sugerem ter ocorrido há mais de 6 mil anos.
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