Foto de Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para Direitos Humanos - Wikimedia Commons
Brasil

Envolvimento militar em assuntos públicos no Brasil vira pauta na ONU

Em discurso de abertura no Conselho de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet denunciou o desmonte de espaço para a sociedade civil no Brasil

Giovanna de Matteo Publicado em 14/09/2020, às 12h52

A alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, fez um discurso nesta segunda-feira, 14, onde alertou sobre o gradual envolvimento militar nos assuntos públicos no Brasil. A fala ocorreu na abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Entre hoje e amanhã, o governo brasileiro terá um direito à resposta durante reunião da ONU. As informações são da coluna Jamil Chade, no UOL.

Em seu discurso, a chilena Bachelet aproveitou para denunciar os ataques contra ativistas e jornalistas no Brasil e os mecanismos que resultam na desarticulação da mídia e da participação da sociedade civil nas políticas públicas, segundo um desmonte promovido pelo governo Bolsonaro para esvaziar conselhos e impedir opiniões de ativistas.

"No Brasil, estamos recebendo relatos de violência rural e despejos de comunidades sem terra, bem como ataques a defensores dos direitos humanos e jornalistas, com pelo menos 10 assassinatos de defensores dos direitos humanos confirmados este ano", afirmou a ex-presidente do Chile.

Em apelo, ela falou sobre "a contínua erosão dos órgãos independentes de consulta e participação das comunidades" que também a preocupa. "Peço às autoridades que tomem medidas fortes para garantir que todas as decisões sejam fundamentadas nas contribuições e necessidades de todas as pessoas no Brasil", exigiu.

Sobre o envolvimento militar nos órgãos políticos e públicos, Bachelet anunciou que "no Brasil - assim como no México, El Salvador e em outros lugares - estamos vendo um maior envolvimento dos militares nos assuntos públicos e na aplicação da lei" e completou: "Embora eu reconheça o contexto desafiador da segurança, qualquer uso das forças armadas na segurança pública deve ser estritamente excepcional, com supervisão eficaz".

ONU Bolsonaro direitos humanos Governo Federal

Leia também

Afinal, por que Plutão não é mais um planeta?


Trump promete visitar Springfield após espalhar falsa teoria sobre imigrantes


Descubra quem é a garotinha revoltada do "Xou da Xuxa"


Quando o Maníaco do Parque vai deixar a prisão?


Volta Priscila: Vitor Belfort diz que desaparecimento da irmã é um "enterro diário"


Restauração de templo egípcio revela inscrições antigas e cores originais