Governo de Nicolás Maduro elege ex-cônsul declarado 'persona non grata' no governo Bolsonaro para representar o país diplomaticamente
Redação Publicado em 23/12/2022, às 18h18
O governo de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, escolheu Manuel Vicente Vadell, ex-cônsul do país em São Paulo, como embaixador no Brasil. Vadell foi declarado “persona non grata” pelo governo de Jair Bolsonaro em setembro de 2020.
Maduro anunciou a escolha em suas redes sociais, na noite de quinta-feira, 22, ele escreveu: “Linda noite, agasalhados pelo frio natalino em nossa cidade capital, onde me reuni com Manuel Vicente Vadell, que me trouxe boas notícias. Decidi designá-lo como novo embaixador da Venezuela na República Federativa do Brasil, a partir do dia 1º de janeiro de 2023”.
Linda noche, arropada por el frío navideño en nuestra ciudad capital, me reuní con el Lcdo. Manuel Vicente Vadell, quien me trajo muy buenas noticias. He decidido designarlo como nuevo Embajador de Venezuela en la República Federativa de Brasil, a partir del #1Ene del año 2023. pic.twitter.com/NcsgHd0CcQ
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) December 22, 2022
A presença de Vadell é esperada na posse de Lula, mas Maduro não poderá comparecer pela vigência da portaria do governo Bolsonaro de 2019, a qual, proibiu a entrada de mais de cem venezuelanos no país.
Vadell deverá representar o governo chavista em Brasília, onde será reativada a embaixada da Venezuela. O Ministério das Relações Exteriores informou em setembro de 2020 que 30 representantes diplomáticos da Venezuela chavista no Brasil não eram mais bem-vindos no país.
Foi depois do governo de Maduro cobrar publicamente uma resposta a pedidos de cooperação em ações humanitárias e de saúde por causa da pandemia da Covid-19, que foi anunciada a decisão do governo Jair Bolsonaro de declará-los “personas non gratas".
Vadell, depois de ser intimado pela Polícia Federal em 2020, regularizou sua situação migratória no Brasil. O Itamaraty argumentou, na época, que tinha a prerrogativa para usar esse instrumento diplomático "para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo como tal em seu território".
Quando a possibilidade de expulsar venezuelanos foi avaliada, os chavistas obtiveram, através do apoio de aliados do PT, um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) que os protegeu.
Em agosto deste ano, como apurado pelo O Globo, Vadell abriu uma loja de vendas de roupas no varejo em São Paulo, com um capital inicial de R$ 100 mil. Segundo fontes do Itamaraty, “um embaixador estrangeiro não pode ter uma empresa no Brasil, já que a situação seria incompatível com o conjunto de imunidades diplomáticas”.
As fontes do governo eleito afirmaram que Vadell deverá, se for o caso, ceder suas ações na empresa para assumir o posto de embaixador da Venezuela no Brasil.
“Serão feitas as averiguações antes de conceder o agrément e talvez ele deva abrir mão da empresa, passar para outra pessoa. Não temos informações sobre isso ainda”, explicou a fonte, como repercutido pelo O Globo. Ele só poderá assumir formalmente o posto quando obtiver o agrément do governo eleito de Lula.
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