Esqueletos de dois homens encontrados em Popeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
Pompeia

Dois homens sobreviveram à erupção do Vesúvio, mas não resistiram a um terremoto

Restos mortais recentemente encontrados no sítio arqueológico de Pompeia mostram que vítimas não morreram por inalação de cinzas ou pelo calor extremo, mas esmagadas

Fabio Previdelli Publicado em 18/07/2024, às 13h25

Em 79 d.C, a erupção do Vesúvio, uma das maiores e mais memoráveis da história, devastou a cidade de Pompeia. Mas um novo estudo sugere que os sobreviventes da tragédia tiveram que enfrentar outro desastre natural logo em seguida: um fortíssimo terremoto — que pode ter ceifado diversas outras vidas. 

+ Pompeia: O que aconteceu com os sobreviventes da erupção do Vesúvio?

Atualmente, o sítio arqueológico de Pompeia está sendo escavado por uma equipe do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, juntamente com especialistas do Parque Arqueológico de Pompeia.

Sabe-se que a erupção do Vesúvio, que aconteceu há quase 2 mil anos, pegou os moradores de surpresa. Por cerca de 18 horas, pequenas partículas de rochas e cinzas caíram sobre a cidade, fazendo com que muitos buscassem abrigo. Além disso, o gás quente e a matéria vulcânica varreram Pompeia em alta velocidade; matando as pessoas quase que instantaneamente.

Vítimas de outro desastre

Mas, recentemente, durante escavação de duas salas localizadas em um quarteirão central da cidade, conhecido como Insula of the Chaste Lovers — nomeado em homenagem a um afresco representando duas figuras se beijando —, arqueólogos descobriram os restos mortais de dois homens, agachados no canto sob uma parede desabada.

Esqueletos de dois homens encontrados em Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
Esqueletos de dois homens encontrados em Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

 

Os dois esqueletos, segundo relatado pelo Daily Mail, tinham fraturas graves e ferimentos traumáticos; eles foram encontrados em cima de uma camada de pedra-pomes que havia entrado na casa por uma janela, sugerindo que os homens haviam sobrevivido à fase inicial da erupção e tinham ido ao quarto para buscar refúgio. 

As pessoas que não fugiram de seus abrigos foram possivelmente soterradas pelos desabamentos de edifícios já sobrecarregados causados ​​pelo terremoto", disse a pesquisadora Dra. Valeria Amoretti, segundo o Mail. "Este foi o destino dos dois indivíduos que recuperamos."

O posicionamento dos corpos sugere que um deles foi subitamente esmagado pelo desabamento de um grande fragmento de parede, resultando em traumas graves que causaram morte imediata.

O outro parece ter consciência do perigo e tentou se proteger com um objeto redondo de madeira, do qual os pesquisadores encontraram leves vestígios em depósitos vulcânicos próximos.

Indícios também apontam que eles não morreram por inalação de cinzas ou pelo calor extremo — visto que eles não tinham sinais de asfixia ou marcas de queimadura. 

"Nós juntamos todas as peças como um quebra-cabeça", disse Domenico Sparice, arqueólogo do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália (INGV) e principal autor do artigo publicado na revista Frontiers in Earth Science.

Por fim, Dr. Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia e co-autor do estudo, declarou: "Novas informações sobre a destruição de Pompeia nos aproximam muito da experiência das pessoas que viveram aqui há 2.000 anos".

As escolhas que eles fizeram, bem como a dinâmica dos eventos, que continuam sendo o foco da nossa pesquisa, decidiram a vida e a morte nas últimas horas de existência da cidade", finalizou.
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