Registro da descoberta arqueológica - Divulgação/MOLA
Romanos

Descoberta arqueológica revela que romanos aprenderam com erro em poços

Na Inglaterra, curiosa descoberta arqueológica mostra que os antigos romanos aprenderam com falha durante construção de poços

Redação Publicado em 28/08/2024, às 11h40

Restos de madeira de dois poços romanos – um dos quais colapsou antes mesmo de ser utilizado – revelaram uma falha de engenharia romana, repercutiu a BBC Internacional. 

As descobertas, que incluem resíduos de uma oficina de carpintaria e os restos de uma escada de quase 2.000 anos, foram feitas durante escavações nas obras da National Highways na estrada A428 Black Cat até Caxton Gibbet, na fronteira entre Cambridgeshire e Bedfordshire, Inglaterra.

Ao veículo, Simon Markus, gerente do projeto da equipe do Museum of London Archaeology (MOLA), explicou que após o primeiro poço, datado entre 43 a 410 d.C., colapsar, eles aprenderam com os erros.

A equipe encontrou medidas adicionais tomadas para assegurar o segundo poço e evitar outro desmoronamento. Os elementos de madeira "surpreendentemente bem preservados revelaram os segredos" da construção dos poços, conforme relataram.

Registro das escavações - Divulgação/MOLA

 

"Esses elementos ajudaram a impulsionar a expansão de um assentamento que começou como uma pacata fazenda na Idade do Ferro Média (cerca de 350 a.C.), mas foi transformado em um centro de atividade industrial durante o início do período romano (43 a 150 d.C.)", acrescentou Markus à BBC.

Evidências 

O local apresentou evidências de atividades metalúrgicas, carpintaria e marcenaria romano-britânicas, todas realizadas num grande recinto fechado. Para fornecer água para essas atividades, os colonos cavaram o primeiro poço, com cerca de 8,5 metros de profundidade.

Embora fosse um exemplo sério de engenharia e esforço humano romanos, Markus explicou que nem tudo saiu conforme o planejado.

Apesar de conter os restos de uma escada de madeira, este primeiro poço colapsou antes que pudessem utilizá-lo", disse ele. "Como descobrimos quando começamos nossas escavações aqui, a argila literalmente se desintegra da terra e pedra mais compactadas."

"Todos nós já fizemos algum trabalho manual que não saiu conforme o planejado, mas isso foi uma falha de engenharia romana em escala industrial", refletiu Markus. "Muito esforço deve ter sido empregado na escavação deste poço que depois teve que ser completamente abandonado".

Proteção

Para evitar um segundo colapso, o próximo poço foi revestido com tábuas de madeira para suportar a estrutura e evitar seu desmoronamento. Ele também era ligeiramente menor, com 6,5 metros de profundidade.

Um dos poços - Divulgação/MOLA

 

Markus destacou: "Podemos simpatizar com os profissionais da época porque escavar esses poços exigia tanto cuidado no design quanto esforço na construção."

Os conteúdos do poço, incluindo algumas madeiras decorativas, serão agora estudados por especialistas. Os arqueólogos encontraram evidências sugerindo que a oficina fazia parte de uma rede comercial mais ampla.

No extremo sul do local, a equipe identificou uma provável estrada romana que poderia ter conectado o local às principais rotas romanas, possibilitando o fornecimento a grandes assentamentos como a cidade de Godmanchester.

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